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Museu do Mar Aleixo Belov será inaugurado no dia 1º de dezembro, em Salvador
Museu do Mar Aleixo Belov será inaugurado no dia 1º de dezembro, em Salvador

O Centro Histórico de Salvador passará a contar com um novo ponto turístico na próxima quarta-feira, dia 1º de dezembro, com a inauguração do Museu do Mar Aleixo Belov. Localizado em um casarão amarelo de três andares no Largo do Santo Antônio Além do Carmo, que mistura arquitetura clássica com moderna, o equipamento guarda relíquias adquiridas pelo velejador Aleixo Belov durante suas cinco viagens ao redor do mundo, sendo três delas em solitário no veleiro Três Marias. Essa embarcação, que foi construída pelo próprio comandante em 1976, inclusive, é o pilar central do museu.

A cerimônia de inauguração acontecerá às 18h e contará com a presença de autoridades. O equipamento será aberto ao público no dia seguinte (2 de dezembro), das 10h às 18h, funcionando sempre de terça a domingo. O ingresso para ter acesso ao local custa R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia-entrada). Crianças de até 5 anos não pagam. As quartas-feiras a entrada será gratuita.

O Museu do Mar foi idealizado por Belov, que começou a sonhar com o espaço cultural em 2018. Desde então, ele veio selecionando as peças que estarão à disposição do público que quiser conhecer mais sobre a navegação e outras culturas. Dentre elas, relíquias trazidas da Polinésia, da Austrália, da Índia e de alguns países africanos.

“Todos nós vamos morrer um dia, mas não queria que meu acervo se perdesse. Por isso, nasceu a ideia de ter o Museu do Mar. Ele vai servir para quem quer aprender a navegar e amar o mar”, salienta Belov, que revela: “Tudo que usei para dar as voltas ao mundo está no museu, como o veleiro ‘Três Marias’, as cartas náuticas e os aparelhos de navegação”. Ele pontua também que o público terá uma experiência única ao visitar o equipamento, que é o primeiro do gênero na cidade.

Ao todo, o espaço cultural tem 540 metros quadrados de exposição permanente, com o legado de Belov, e 110 metros quadrados para exposições temporárias, além de uma cafeteria na área interna do museu e de um restaurante na esquina do equipamento, com uma belíssima vista para a Baía de Todos-os-Santos. O projeto museológico, que inclui uma sala de projeção de filmes, é assinado por Heloísa Helena Costa. Já o arquitetônico ficou sob responsabilidade de Joaquim Gonçalves.

Aleixo Belov

Nascido na Ucrânia, o comandante Aleixo Belov veio ao Brasil ainda criança com os pais, que fugiam da Segunda Guerra Mundial. Por aqui, escolheram a Bahia como novo lar. Criado tendo a Baía de Todos-os-Santos como inspiração, Belov se encantou pela navegação. Tanto que, na juventude, já fazia viagens pelos oceanos acompanhando outros velejadores renomados, como narra no livro “Minhas viagens com outros comandantes”, lançado em setembro deste ano.

Com o conhecimento adquirido, começou a navegar pelo mundo, com o veleiro “Três Marias”, com o qual deu três voltas ao mundo: só ele e os oceanos. Por conta desse feito, ganhou um diploma da Marinha do Brasil por ter sido o primeiro a dar uma volta ao mundo sozinho em uma embarcação com a bandeira brasileira.

Mas não parou por aí. O comandante, que recebeu o título de Cidadão Soteropolitano em outubro deste ano, queria também compartilhar esse conhecimento com as novas gerações. Para isso, construiu o veleiro-escola “Fraternidade” e convidou tripulantes, com idade entre 18 e 30 anos, para compreender as lições do mar.

Todas essas experiências renderam outros oito livros escritos por Belov e que narram o ofício do mar e as histórias dos povos que conheceu durante as voltas ao planeta. As obras também estarão disponíveis no Museu do Mar.

Serviço:

O quê: Inauguração do Museu do Mar Aleixo Belov

Quando: inauguração dia 1º de dezembro, às 18h, só para convidados. O Museu do Mar será aberto ao grande público nesta quinta-feira, 2, com ingressos a R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia). Criança de até 5 anos não paga. Às quartas, a entrada será gratuita

Onde: Casarão amarelo no Largo do Santo Antônio Além do Carmo, nº 3, no Centro Histórico de Salvador

Cidade da Música da Bahia é inaugurado em histórico casarão de Salvador - Foto: Betto Jr. / Secom
Cidade da Música da Bahia é inaugurado em histórico casarão de Salvador

Foi inaugurado na noite desta quinta-feira (dia 23), a Cidade da Música da Bahia, novo museu instalado pela Prefeitura de Salvador no histórico Casarão dos Azulejos Azuis, no bairro do Comércio. Situado próximo ao Elevador Lacerda e ao Mercado Modelo, dois conhecidos cartões portais soteropolitanos, o imóvel foi completamente recuperado e apresenta a história da música desde os tempos da colonização da primeira capital do Brasil até a explosão de diversidades sonoras dos tempos contemporâneos. Além disso, também será um centro cultural de produção de novas linguagens musicais, com aparelhamento técnico e estúdios para promover novos movimentos.

O funcionamento da Cidade da Música da Bahia será de terça-feira a domingo, das 10h às 17h. O valor do ingresso é R$20 (inteira) e R$10 (meia-entrada). O benefício da meia entrada é extensivo a cidadãos residentes em Salvador, mediante comprovação de endereço. A visitação deverá ser feita através de agendamento prévio, a ser feito no site www.cidadedamusicadabahia.com.br.

Gerenciado pela Secretaria Municipal de Cultura e Turismo (Secult), a Cidade da Música da Bahia possui 1.914,76 m² de área construída e possui quatro pavimentos, cuja imersão dos visitantes é proporcionada através da mais moderna tecnologia utilizada atualmente. O piso térreo conta com hall de entrada, recepção e bilheteria, salão de estar, café, loja, biblioteca, midiateca, centro de pesquisa, área de infraestrutura do centro cultural, secretaria, depósito, copa e área de funcionários. A partir daí, a viagem ao universo sonoro da capital baiana é monitorada através do próprio smartphone do visitante, a partir do sistema da Cidade da Música a ser acessado através de QR Code e mediante preenchimento do cadastro.

Os pavimentos superiores abrigam acervos permanentes e estão sob as curadorias do antropólogo Antonio Risério e do arquiteto e artista Gringo Cardia, que também atuaram em outro equipamento municipal: a Casa do Carnaval da Bahia, na Praça da Sé. No primeiro andar da Cidade da Música, os visitantes se deparam com a exposição A Cidade de Salvador e Sua Música, que retrata bairros da cidade e suas músicas, histórias, depoimentos e novas tendências. O local dispõe de recursos audiovisuais através de uma grande maquete interativa, três grandes telas de projeção, estações de consulta e estúdio para gravação de depoimentos.

O segundo andar, por sua vez, possui na ambientação o tema da Tropicália com ilustrações gigantes de fragmentos da pintura modernista de Genaro de Carvalho. O local abriga a exposição História da Música na Bahia com nove cabines de vídeos, além de três salas. Uma delas é intitulada A Magia da Orquestra e exibe conteúdo voltado para a música clássica, mostrando como funciona uma orquestra passo a passo, quais os instrumentos a compõe e vídeo gravado com a Orquestra Sinfônica da Bahia.

A sala A Nova Música da Cidade traz experiência imersiva com grande tela de 80 polegadas, onde passam vídeos com grupos novos, cantores em ascensão e grupos periféricos de música. O sistema de iluminação desse local acompanha as luzes do show ou clipe, dando a sensação ao visitante que ele está dentro da tela. Já a sala Quem Faz a Música da Bahia é equipada com uma grande tela na qual são exibidos 260 depoimentos das pessoas mais importantes e representativas da música baiana.

O último pavimento da Cidade da Música da Bahia oferece entretenimentos educativos. Há três estúdios de gravação de clipes karaokê onde o visitante escolhe um fundo gráfico e, ao final, tem seu clipe pronto para postar em redes sociais. Uma estação de vídeo mostra todos os clipes que foram gravados. O conteúdo é acumulativo e dá para pesquisar quem gravou. O cardápio de variedades segue com a sala do Rap e Trap, poesia consciente que mostra vídeos de vários rappers, trappers e poetas de todo o Brasil, em especial os artistas jovens da Bahia. Esse espaço tem um pequeno tablado no qual o visitante pode recitar seu rap ou poesia.

O terceiro andar ainda tem sala especial de demonstração de um set de percussão onde as pessoas sentam em volta da mesa central. Um monitor do espaço cultural faz uma aula show com a participação final de todos os visitantes. Essa mesma sala está desenhada para ser um estúdio de gravação que acolherá o projeto “Novos Talentos”, no qual a Cidade da Música escolhe quatro jovens artistas por mês e produz a música e um clipe dos selecionados.

De hotel e supermercado a museu

O histórico Casarão dos Azulejos Azuis foi tombado em 30 de julho de 1969 pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), mas a história do imóvel é bem mais antiga. A fachada principal exibe dezenas de janelas de arcos em forma de ogiva, como em outros edifícios neogóticos. O Guia dos Bens Tombados Brasil, do Iphan, cita que não há informações precisas sobre as origens do sobrado. Acredita-se que ele tenha sido construído entre 1851 e 1855. De lá para cá, o imóvel passou por diversas transformações, abrigando o Hotel Muller, ainda no século XIX, e até o supermercado Paes Mendonça na segunda metade do século XX.

As intervenções no Casarão dos Azulejos Azuis tiveram investimento total de R$19,2 milhões, sendo R$11 milhões provenientes de financiamento junto à Corporação Andina de Fomento (CAF), através do Programa de Requalificação Urbanística de Salvador (Proquali), com intermediação da Casa Civil, e obras executadas pela Superintendência de Obras Públicas (Sucop), vinculada à Secretaria Municipal de Infraestrutura e Obras Públicas (Seinfra).

Para efetivar as obras de recuperação no lugar que agora passa a abrigar a Cidade da Música da Bahia, a Prefeitura de Salvador promoveu estabilização do imóvel, em 2017, com a retirada dos escombros oriundos do desabamento da cobertura e consequentemente das estruturas em madeira abaixo dela. Os azulejos portugueses nas cores azul e branco que compõem a fachada do casarão passaram por um trabalho minucioso de restauração, realizado em mais de 21 mil peças de revestimento, espalhadas entre as ruas Portugal e Bélgica.

Os azulejos (que medem 13,5 x 13,5 cada), foram produzidos entre 1850 e 1860). Apesar de todos os cuidados na hora da remoção das pedras originais, nem todos os quadradinhos puderam ser reaproveitados devido à argamassa usada em diferentes períodos do passado. As peças com falta de pedaços foram restauradas, mas houve também produção de outras para substituir as que não puderam ser aproveitadas, de acordo com diretrizes do Iphan.

Serviço:

O quê: Cidade da Música da Bahia

Quando: terça a Domingo, das 10h às 18h. As visitas devem ser agendadas pelo site www.cidadedamusicadabahia.com.br

Onde: Praça Visconde de Cayru, 19, Comércio

Quanto: Ingressos a R$20 (Inteira) e R$10 (meia-estrada para estudantes, idosos acima de 60 anos e residentes em Salvador com apresentação de comprovante de residência individual)

Programação online marca a Semana de Museus na Bahia
Programação online marca a Semana de Museus na Bahia

Uma programação especial e online marca as comemorações pela Semana de Museus na Bahia. De 17 a 23 de maio, todos os equipamentos culturais vinculados ao Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia (IPAC) participam da 19ª Semana de Museus. Em 2021 a ação, que tem como tema Museus IPAC conectados, acontece nas redes sociais do Museu de Arte da Bahia (MAB), Palacete das Artes, Centro Cultural Solar Ferrão, Museu Tempostal, Museu Udo Knoff de Azulejaria e Cerâmica, localizados em Salvador e do Parque Histórico Castro Alves, na cidade de Cabaceiras do Paraguaçu, além do Museu do Recolhimento dos Humildes, que fica em Santo Amaro da Purificação, no Recôncavo baiano.

Todos os anos os espaços museológicos administrados pelo instituto baiano participam do evento nacional em comemoração ao Dia Internacional dos Museus, celebrado em 18 de maio. A Semana de Museus é promovida pelo Instituto Brasileiro de Museus (IBRAM). Neste ano, a temática lançada pelo IBRAM foi O futuro dos museus: recuperar e reimaginar. Por conta da pandemia de Covid 19, o Ibram recomendou que as atividades fossem novamente adaptadas para o ambiente digital.

“A Semana de Museus é uma ação nacional importante por possibilitar que os museus participantes divulguem seus acervos e suas atividades socioeducativas elaboradas conforme a temática indicada pelo IBRAM. Atualmente, em razão da pandemia da COVID-19, essas atividades serão apresentadas por meio das redes sociais”, explica a responsável pela Diretoria de Museus do IPAC, Fátima Santos.

Os museus do IPAC estão desde o início do isolamento social desenvolvendo ações em suas redes sociais para manter a divulgação de seus acervos, atividades, além de manter a comunicação com seus públicos. “De forma remota, as equipes continuaram trabalhando na preservação dos acervos, revisão da documentação museológica, planejamento e execução de atividades em ambientes digitais, além da construção de um instrumento legal que norteará as ações dos museus daqui pra frente, como o Plano Museológico que inclui um projeto de acessibilidade”, ressalta João Carlos Oliveira, diretor geral do IPAC.

Atividades

De forma conjunta e reforçando os esforços extras neste período, os museus do IPAC programaram uma série de conteúdos nas suas redes sociais na 19ª Semana de Museus. O Museu Tempostal, no Pelourinho, Centro Histórico de Salvador, por exemplo, traz a série de vídeos Museu Tempostal: olhares sobre a cidade de Salvador produzidos em parceria com o historiador Daniel Rebouças. O Museu Udo Knoff de Azulejaria e Cerâmica, também no Pelourinho, em Salvador, também traz uma série: o roteiro de visitação Udo e a cidade, com o professor Sávio Roz. Já o Centro Cultural Solar Ferrão (Pelourinho) apresenta quatro vídeos com breves relatos de parceiros sobre a experiência de participar das atividades em 2020, nas redes sociais DIMUS/IPAC.

Na programação do Palacete das Artes o público poderá conferir, de 17 a 23/05, um #tbt da Exposição POP/Bienais do artista Sante Scaldaferri, realizada pelo museu em 2012, além de marcar uma homenagem aos cinco anos do falecimento do artista. Também na abertura da agenda, na página do YouTube do Palacete das Artes será exibido um vídeo sobre arte e sustentabilidade, produzido pela artista plástica Lula Cicala. Dentro do projeto Saúde nos Museus, no dia 18, às 16h, será exibido, no Instagram @palacetedasartes um vídeo do grupo de teatro Os Insênicos, composta por atores usuários do serviço de saúde mental Caps.

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