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Bruna Lombardi media conferência de Camile Paglia no Fronteiras Braskem do Pensamento

A atriz e escritora Bruna Lombardi será a mediadora da conferência da ensaísta e crítica cultural norte-americana Camile Paglia, no Fronteiras Braskem do Pensamento, no dia 15 de agosto (terça-feira), às 20h30, no Teatro Castro Alves, em Salvador. Caberá a Bruna Lombardi a tarefa de conduzir o debate entre Camile, uma das intelectuais mais influentes da atualidade e principal teórica do “pós-feminismo”, com a plateia do evento.

A atriz e escritora também aproveitará a vinda à Salvador para lançar seus mais recentes livros publicados pela Editora Sextante, Clímax, que traz mais de 150 poemas inéditos e Poesia Reunida, antologia que reúne os livros No Ritmo dessa Festa (1976), Gaia (1980) e O Perigo do Dragão (1984). Fora de catálogo desde os anos 1990, essas obras foram responsáveis por apresentar ao público seu talento com as palavras e sua habilidade em sintetizar as relações humanas de forma singular. O evento será no dia 16/08, às 19h, na Livraria Cultura do Salvador Shopping.

Fronteiras Braskem do Pensamento Salvador tem o patrocínio da Braskem e do Governo da Bahia, através do Fazcultura, Secretaria da Fazenda e Secretaria de Cultura do Estado da Bahia, com realização da Caderno 2 Produções Artísticas. Os ingressos estão à venda nas bilheterias do Teatro Castro Alves, nos SACs dos shoppings Barra e Bela Vista, pelo site www.ingressorapido.com.br ou pelo telefone (71) 4020-2050. Ingresso individual por conferência: R$50 (inteira) e R$25 (meia). Outras informações pela Central de Relacionamento Fronteiras 4020.2050 e no portal www.fronteiras.com.
 
SERVIÇO
FRONTEIRAS BRASKEM DO PENSAMENTO SALVADOR 2017
CONFERÊNCIASCamille Paglia, 15/8 e Graça Machel, 5/09.
LOCAL E HORÁRIO: Teatro Castro Alves, às 20h30.
INGRESSOS INDIVIDUAIS: R$ 50,00 (inteira) e R$ 25,00 (meia) para cada uma das conferências.
INFORMAÇÕES SOBRE VENDAS: 3003-0595
PONTOS DE VENDA: Nas bilheterias do Teatro Castro Alves, nos postos de vendas do SAC dos shoppings Barra e Bela Vista, e pelo site www.ingressorapido.com.br.
INFORMAÇÕES PROJETO: Na Central de Relacionamento Fronteiras 4020.2050 e no portal www.fronteiras.com.

Mia Couto afirma que foi salvo pela literatura durante o Fronteiras Braskem do Pensamento 2017


“Sou um ateu não praticante”, assim se definiu o escritor moçambicano Mia Couto, ao abrir na noite dessa quarta-feira, dia 03, a temporada 2017 do projeto Fronteiras Braskem do Pensamento, em Salvador. Com o tema Os Deuses dos Outros, Mia falou para uma plateia atenta, que lotou a sala principal do Teatro Castro Alves. “A religião para mim é a capacidade do encontro com aquilo que me parece crente. Ninguém mora dentro de si mesmo, mas mora em todos”, afirmou o escritor, um dos mais traduzidos no mundo. O evento foi apresentado pelo escritor pernambucano Marcelino Freire, vencedor do Prêmio Jabuti 2006.

Fronteiras, que este ano tem como tema principal Civilização – A sociedade e seus valores, prossegue com as conferências da crítica cultural norte-americana Camille Paglia (15/08) e da ativista dos direitos humanos moçambicana, Graça Machel (5/09), sempre às 20h30. Os ingressos continuam à venda nas bilheterias do Teatro Castro Alves, nos SACs dos shoppings Barra e Bela Vista, pelo site www.ingressorapido.com.br ou pelo telefone (71) 4020-2050. Ingresso individual por conferência: R$50 (inteira) e R$25 (meia). Outras informações pela Central de Relacionamento Fronteiras 4020.2050 e no portal www.fronteiras.com. O Fronteiras Braskem do Pensamento Salvador tem o patrocínio da Braskem e do Governo da Bahia, através do Fazcultura, Secretaria da Fazenda e Secretaria de Cultura do Estado da Bahia, com realização da Caderno 2 Produções Artísticas.

“Voz demoníaca” 

Por cerca de 40 minutos, Mia Couto falou sobre a ligação da religiosidade com os movimentos políticos e o papel da literatura na libertação do ser humano. “A literatura e a poesia me salvaram”. Um dos pontos altos da conferencia foi quando o conferencista falou sobre a interferência dos meios de comunicação na vida das pessoas. “A televisão é uma peneira que não deixa passar a voz dos outros”, afirmou Mia, ao lembrar de uma fábula contada pela avó do escritor do Zimbabwe Chenjerai Hove (1956 – 2015), sobre uma “voz demoníaca” que saia de uma caixa chamada rádio.

Comparado a Gabriel García Márquez, Guimarães Rosa e Jorge Amado, Mia Couto citou a influência do escritor baiano para os escritores moçambicanos. “Jorge Amado ajudou a encontrar um certo sabor na literatura quando buscávamos nos afastar da literatura portuguesa”, garantiu Mia, que ficou encantado com a visita que fez ao Memorial Casa do Rio Vermelho, residência de Jorge Amado e Zélia Gatai. “Nunca vi um memorial cheio de vida, cheio de voz como aquele”, destacou.

Autor de uma extensa e diversificada obra, que inclui poesia, contos, romance e crónicas publicadas em mais de 22 países e traduzidas em diversos idiomas, Mia Couto lembrou de momentos de contemplação que o encantava em sua infância “Na escola via uma janela que dava para um pátio interno e na avaliação que meus pais receberam estava escrito ‘esse aluno nunca faltou, mas também nunca chegou a estar presente’”. Quanto ao seu processo de criação, Mia afirmou que é meio caótico. “Começo com algum encontro que me apontam alguns caminhos. Nunca tive um livro em que eu tivesse um pleno predeterminado”, explica.

Ao ser perguntado sobre a atual situação política do país, Mia garantiu que, “o mais grave que acontece no Brasil é o que acontece no mundo inteiro, de não sabermos para onde estamos indo, mas vamos dar a volta por cima, como diz uma música de vocês. Vai vencer a justiça e a liberdade”. O moçambicano finalizou a conferência prestando uma homenagem a todos os brasileiros que estiveram exilados em Moçambique durante a Ditadura Militar no Brasil.

PROGRAMAÇÃO FRONTEIRAS BRASKEM DO PENSAMENTO
CAMILLE PAGLIA (Estados Unidos, 1947)

15 de agosto (terça-feira)
Ensaísta e crítica cultural norte-americana, Camille Paglia participou do ciclo Fronteiras Braskem do Pensamento em 2008, em Salvador, com a conferência Variedades do erótico na arte do século XX. É uma das intelectuais mais influentes da atualidade e a principal teórica do “pós-feminismo”. Graduada em língua inglesa, seus ensaios abordam as representações da arte na cultura ocidental e suas relações com política, sexo, religião e sociedade. Ganhou destaque ao analisar a interação entre sociedade e cultura na obra Personas sexuais, e valorizar o tema da cultura de massas no ambiente acadêmico com os livros Sexo, arte e cultura americana e Vampes & vadias, entre outros. Sua mais recente obra traduzida no Brasil é Imagens cintilantes – Uma viagem através da arte desde o Egito a Star Wars. No projeto Fronteiras do Pensamento, Camille Paglia realizou as conferências A mulher na arte: da idade da pedra até Hollywood, em 2007, em Porto Alegre, e Arte, cultura e feminismo, em 2015, em São Paulo. Vídeos exclusivos estão disponíveis no portal www.fronteiras.com.

Graça Machel (Moçambique, 1945)

5 de setembro (terça-feira)
Política e ativista dos direitos humanos, Graça Machel foi ministra da Educação e da Cultura de Moçambique entre 1976 e 1989, grande parte durante o governo de seu esposo, Samora Machel, morto em 1986. Defensora internacional dos direitos das mulheres e das crianças, foi nomeada em 1990 pela ONU para o Estudo do Impacto dos Conflitos Armados na Infância, trabalho pelo qual recebeu a Medalha Nansen das Nações Unidas, em 1995. Em 1998, casou-se com Nelson Mandela, primeiro presidente negro da África do Sul, tornando-se a única pessoa no mundo a ser primeira-dama de mais de uma nação. Formada em Filologia Germânica, Graça Machel atuou como professora, militou na Frente da Libertação de Moçambique (FRELIMO), e é membro do Painel para o Progresso da África (APP), grupo constituído por dez distintas personalidades que defendem o desenvolvimento equitativo e sustentável da África.

Sobre o Fronteiras Braskem do Pensamento

Fronteiras Braskem do Pensamento é um ciclo de conferências alinhado ao projeto cultural múltiplo Fronteiras do Pensamento – www.fronteiras.com – que aposta na liberdade de expressão intelectual e na educação de qualidade como ferramentas para o desenvolvimento. O Fronteiras do Pensamento realiza anualmente edições em Porto Alegre e São Paulo, e na edição especial em Salvador abre espaço para o debate e a análise da contemporaneidade e das perspectivas para o futuro, apresentando pensadores, artistas, cientistas e líderes que são vanguardistas em suas áreas de pesquisa e pensamento. Os valores básicos do projeto são o pluralismo das abordagens, o rigor acadêmico e intelectual de seus convidados e a interdisciplinaridade de ideias. Por isso o Fronteiras Braskem do Pensamento já trouxe a Bahia importantes nomes como Enrique Peñalosa, Leymah Gbowee, Wim Wenders, Edgar Morin, Manuel Castells, Contardo Calligaris, Luc Ferry, Salman Rushdie, Jean-Michel Costeau e Valter Hugo Mãe, entre outros.
 
SERVIÇO
FRONTEIRAS BRASKEM DO PENSAMENTO SALVADOR 2017
PRÓXIMAS CONFERÊNCIASCamille Paglia, 15/8 e Graça Machel, 5/09.
LOCAL E HORÁRIO: Teatro Castro Alves, às 20h30.
INGRESSOS INDIVIDUAIS: R$ 50,00 (inteira) e R$ 25,00 (meia) para cada uma das conferências.
INFORMAÇÕES SOBRE VENDAS: 3003-0595
PONTOS DE VENDA: Nas bilheterias do Teatro Castro Alves, nos postos de vendas do SAC dos shoppings Barra e Bela Vista, e pelo site www.ingressorapido.com.br.
INFORMAÇÕES PROJETO: Na Central de Relacionamento Fronteiras 4020.2050 e no portal www.fronteiras.com.
 

Fronteiras Braskem do Pensamento 2017 discute o tema "Civilização - A sociedade e seus valores"
Fronteiras Braskem do Pensamento 2017 discute o tema “Civilização – A sociedade e seus valores”

A última década vem alterando o panorama democrático no mundo: de acordo com a organização norte-americana Freedom House, 2016 marcou o décimo primeiro ano consecutivo de recuo da democracia e das liberdades civis no mundo. E ainda que especialistas não vislumbrem a necessidade de alternativas ao principal sistema político atual, os valores da sociedade de direito contrários ao autoritarismo são tensionados diariamente. É neste cenário de fronteiras desmontadas, migração de refugiados, desfragmentação das instituições, impacto entre culturas e consolidação de “pós-verdades” na internet que se coloca a proposta de discussão do ciclo Fronteiras Braskem do Pensamento.

Com o tema Civilização – A sociedade e seus valores, o Fronteiras Braskem do Pensamento traz ao palco principal do Teatro Castro Alves, em Salvador, o escritor moçambicano Mia Couto (3/07), a crítica cultural norte-americana Camille Paglia (15/08) e a ativista dos direitos humanos moçambicana, Graça Machel (5/09), sempre às 20h30. O Fronteiras Braskem do Pensamento Salvador tem o patrocínio da Braskem e do Governo da Bahia, através do Fazcultura, Secretaria da Fazenda e Secretaria de Cultura do Estado da Bahia, com realização da Caderno 2 Produções Artísticas. “O propósito da Braskem em patrocinar mais uma edição do Fronteiras é contribuir para compartilhar o conhecimento de grandes pensadores contemporâneos com o público baiano, promovendo a reflexão sobre temas relevantes para a sociedade”, ressalta Hélio Tourinho, gerente de Relações Institucionais da Braskem na Bahia.

Vendas – A venda dos ingressos para o Fronteiras Braskem do Pensamento inicia na quarta-feira, dia 7 de junho, nas bilheterias do Teatro Castro Alves, nos SACs dos shoppings Barra e Bela Vista, pelo site www.compreingressos.com ou pelo telefone (71) 4020-2050. Ingresso individual por conferência: R$50 (inteira) e R$25 (meia). Combo de ingressos para as três conferencias: R$120 (inteira) e R$60 (meia), valido até dia 03/07. Outras informações sobre o projeto pela Central de Relacionamento Fronteiras 4020.2050 e no portal www.fronteiras.com.
 
PROGRAMAÇÃO FRONTEIRAS BRASKEM DO PENSAMENTO
 
MIA COUTO (Moçambique, 1955)

3 de julho (segunda-feira)

Considerado um dos principais escritores do continente africano e também um dos mais traduzidos no mundo, Mia Couto é comparado a Gabriel García Márquez, Guimarães Rosa e Jorge Amado. Sócio correspondente da Academia Brasileira de Letras, suas obras recriam a língua portuguesa com influência moçambicana, utilizando o léxico de várias regiões do país e produzindo um novo modelo de narrativa. Graduado em Biologia, dirige uma empresa que faz estudos de impacto ambiental e desenvolve trabalhos de pesquisa sobre mitos, lendas e crenças que intervêm na gestão tradicional dos recursos naturais. No projeto Fronteiras do Pensamento realizou as conferências Um repensar de fronteiras, em 2012, em Porto Alegre, e A peneira e a água, em 2014, em São Paulo. Resumos das conferências e entrevistas exclusivas disponíveis no portal www.fronteiras.com.
 
CAMILLE PAGLIA (Estados Unidos, 1947)

15 de agosto (terça-feira)

Ensaísta e crítica cultural norte-americana, Camille Paglia participou do ciclo Fronteiras Braskem do Pensamento em 2008, em Salvador, com a conferência Variedades do erótico na arte do século XX. É uma das intelectuais mais influentes da atualidade e a principal teórica do “pós-feminismo”. Graduada em língua inglesa, seus ensaios abordam as representações da arte na cultura ocidental e suas relações com política, sexo, religião e sociedade. Ganhou destaque ao analisar a interação entre sociedade e cultura na obra Personas sexuais, e valorizar o tema da cultura de massas no ambiente acadêmico com os livros Sexo, arte e cultura americana e Vampes & vadias, entre outros. Sua mais recente obra traduzida no Brasil é Imagens cintilantes – Uma viagem através da arte desde o Egito a Star Wars. No projeto Fronteiras do Pensamento, Camille Paglia realizou as conferências A mulher na arte: da idade da pedra até Hollywood, em 2007, em Porto Alegre, e Arte, cultura e feminismo, em 2015, em São Paulo. Vídeos exclusivos estão disponíveis no portal www.fronteiras.com.
 
Graça Machel (Moçambique, 1945)

5 de setembro (terça-feira)

Política e ativista dos direitos humanos, Graça Machel foi ministra da Educação e da Cultura de Moçambique entre 1976 e 1989, grande parte durante o governo de seu esposo, Samora Machel, morto em 1986. Defensora internacional dos direitos das mulheres e das crianças, foi nomeada em 1990 pela ONU para o Estudo do Impacto dos Conflitos Armados na Infância, trabalho pelo qual recebeu a Medalha Nansen das Nações Unidas, em 1995. Em 1998, casou-se com Nelson Mandela, primeiro presidente negro da África do Sul, tornando-se a única pessoa no mundo a ser primeira-dama de mais de uma nação. Formada em Filologia Germânica, Graça Machel atuou como professora, militou na Frente da Libertação de Moçambique (FRELIMO), e é membro do Painel para o Progresso da África (APP), grupo constituído por dez distintas personalidades que defendem o desenvolvimento equitativo e sustentável da África.

Serviço:

O quê: FRONTEIRAS BRASKEM DO PENSAMENTO SALVADOR 2017

CONFERÊNCIAS: Mia Couto, 3/07; Camille Paglia, 15/8; Graça Machel, 5/09.

LOCAL E HORÁRIO: Teatro Castro Alves, às 20h30.

INGRESSOS INDIVIDUAIS: R$ 50,00 (inteira) e R$ 25,00 (meia) para cada uma das conferências.

COMBO DE INGRESSOS PARA AS TRÊS CONFERENCIAS: R$120,00 (inteira) e R$60,00 (meia), valido até dia 3 de julho.

INFORMAÇÕES SOBRE VENDAS: 3003-0595

PONTOS DE VENDA: Nas bilheterias do Teatro Castro Alves, nos postos de vendas do SAC dos shoppings Barra e Bela Vista, e pelo site www.ingressorapido.com.br.

INFORMAÇÕES PROJETO: Na Central de Relacionamento Fronteiras 4020.2050 e no portal www.fronteiras.com.

“A felicidade não é uma coisa inalcançável”, afirma Valter Hugo Mãe no Fronteiras Braskem do Pensamento
“A felicidade não é uma coisa inalcançável”, afirma Valter Hugo Mãe no Fronteiras Braskem do Pensamento

“O mais novo escritor baiano”. Foi assim Valter Hugo Mãe, nascido em Angola e radicado em Portugal, pediu para ser apresentado no início de sua conferência no Fronteiras Braskem do Pensamento, realizada na noite dessa segunda-feira (dia 05/09), em Salvador. O autor de o nosso reino, o remorso de baltazar serapião, o apocalipse dos trabalhadores e a máquina de fazer espanhóis – série de obras conhecidas como a tetralogia das minúsculas, por terem sido escritas sem letras capitais -, mostrou todo o seu carisma, sensibilidade e talento, arrancando gargalhadas e seduzindo o público baiano, que lotou a sala principal do Teatro Castro Alves. O evento tem patrocínio da Braskem, conta com o apoio da Rede Bahia e Unijorge, e realização Telos e Caderno 2 Produções Artísticas.

O escritor abriu a conferência com um texto inédito sobre as diversas reações e pedidos que ele, como escritor, ouve em suas andanças. “Escreva um romance sobre moças que gostam de moças, porque não engravidam. Elas são como os escritores que só usam a língua portuguesa. Já minha mãe quer que eu escreva sobre a felicidade para que seja algo que eu não possa perder”.

A felicidade, aliás é tema recorrente em suas obras. Para Valter Hugo Mãe, “a felicidade é uma construção da consciência. Eu acredito numa felicidade que seja uma maturação do conhecimento, o entendimento de que a tristeza é uma construção para a felicidade”. Valter afirmou ainda que “a felicidade não é uma coisa inalcançável. É muito mais concreta. Passamos a vida toda esperando que alguma coisa errada em nós mude, quando deveríamos aceitá-la. Eu sou frequentemente feliz aceitando as minhas perdas e as minhas limitações. A felicidade é um exercício de consciência”, resumiu.

Coube ao jornalista e também escritor Edney Silvestre mediar o debate com a plateia. Quando perguntado sobre a sensação de estar em Salvador pela primeira vez, Mãe respondeu que até se sentia “estúpido” por não ter vindo antes. “Conheço muitos lugares no Brasil e muitas pessoas me diziam que, enquanto eu não viesse a Bahia não teria conhecido o Brasil. Eu achava que a Bahia era um dos lugares supérfluos para um escritor português conhecer. Mas, ao chegar ao Pelourinho, só não chorei por que tinha muita gente olhando para mim”, confessou.

Reconhecido por seu conterrâneo José Saramago como um “tsunami literário” já na publicação de seu segundo romance, Valter Hugo Mãe reconheceu na Bahia um radical português enriquecido. “É como um passado de Portugal bem-sucedido. É como se a Bahia tivesse conseguido sanar a história. O que se torna comovente na Bahia é que uma história horrenda se torna quase uma justiça ao passado que nós herdamos”. Ainda sobre sua visita ao Centro Histórico de Salvador, o escritor relatou ter escutado um funk do Pokémon. “Eu não sabia que existiam canções assim. A gente não sabe se dança ou se tira a roupa”, disparou Valter, provocando uma gargalhada na plateia.

Sobre seu processo produtivo Valter Hugo Mãe, afirmou sentir uma certa depressão ao terminar de escrever um livro. “Depois a gente sente uma alegria, como se estivesse solteiro, livre para começar outras paqueras, começar a escrever outros livros. E o próximo livro é uma tentativa de conseguirmos alcançar a plenitude”, explicou Valter, que acaba de divulgar o título do seu novo livro “O Homem imprudentemente poético”, que será lançado no Brasil em novembro. “Eu acreditei em muitas coisas na minha vida, mas demorei muito para acreditar em mim, que é uma das coisas fundamentais”.

Quando questionado por Edney Silvestre sobre “o seu despudor incomum aos escritores”, Valter respondeu: “é uma coisa maravilhosa que as pessoas tenham vindo de lugares distintos para estarem aqui. Por isso, eu não viria para ser metade de mim. Por isso essa minha entrega”, conclui. No final da conferência Valter Hugo Mãe ainda encontrou disposição para autografar seus livros no foyer do teatro.

Edney Silvestre - Foto: Estevam Avellar
Edney Silvestre será o mediador da conferência de Valter Hugo Mãe no Fronteiras Braskem do Pensamento

O jornalista Edney Silvestre foi especialmente convidado para apresentar a conferência de Valter Hugo Mãe em Salvador, em comemoração aos 10 anos do projeto Fronteiras, no dia 5 de setembro, às 20h30, no Teatro Castro Alves. Ao jornalista, apresentador do programa Globo News Literatura e correspondente internacional do jornal O Globo e da TV Globo em Nova York por mais de uma década, caberá debater com um dos autores mais carismáticos e ecléticos da contemporaneidade. Edney Silvestre é também escritor, com o romance Se eu fechar os olhos agora venceu do Prêmio Jabuti em 2010 e, neste ano lançou o livro de contos Welcome to Copacabana & outras histórias. O Fronteiras Braskem do Pensamento tem o patrocínio da Braskem, apoio da Rede Bahia e Unijorge, e realização da Caderno 2 Produções Artísticas. Os ingressos estão à venda nas bilheterias do Teatro Castro Alves, nos SACs do Shoppings Barra e Bela Vista, e pelo site www.ingressorapido.com.br. Últimas vagas.

FRONTEIRAS BRASKEM DO PENSAMENTO

CONFERÊNCIA ESPECIAL: VALTER HUGO MÃE

DATA E HORÁRIO: 5 setembro I segunda I 20h30

LOCAL: Teatro Castro Alves

INGRESSOS: R$ 60 (inteira), R$ 36 (Clube Correio) e R$ 30 (meia). Últimas limitadas.

INFORMAÇÕES: 4020.2050 e www.fronteiras.com/salvador I facebook.com/FronteirasBA

PONTOS DE VENDA: A partir desta segunda (dia 08 de Agosto), na bilheteria do Teatro Castro Alves, nos SACs do Shopping Barra e do Shopping Bela Vista, pelo site www.ingressorapido.com.br ou pelo telefone 4003-2051.

Fronteiras Braskem do Pensamento traz a Salvador Valter Hugo Mãe
Valter Hugo Mãe irá discutir a literatura na busca pela felicidade no Fronteiras Braskem do Pensamento

“Até que ponto os livros não são, eles próprios, motivações para a felicidade?” Esse é um questionamento que o escritor Valter Hugo Mãe deverá fazer ao público baiano, no Fronteiras Braskem do Pensamento, em Salvador. “Partirei de um livro na minha infância para refletir sobre o que penso a respeito da felicidade, que é um tema recorrente nos meus livros. A felicidade não existe sem conter a tristeza”, explica Mãe, um dos autores de sua geração mais lidos em Portugal. Ele foi reconhecido por seu conterrâneo José Saramago como um “tsunami literário” já na publicação de seu segundo romance.

O Fronteiras tem o patrocínio da Braskem, apoio da Rede Bahia e Unijorge, com realização da Caderno 2 Produções Artísticas. A conferência acontece no próximo dia 5 de setembro, às 20h30, no palco principal do Teatro Castro Alves. Os ingressos estão à venda nas bilheterias do Teatro Castro Alves e nos SACs do Shopping Barra e do Shopping Bela Vista, pelo site www.ingressorapido.com.br ou pelo telefone (71) 2626-5071. As vagas são limitadas.

FRONTEIRAS BRASKEM DO PENSAMENTO

CONFERÊNCIA ESPECIAL: VALTER HUGO MÃE

DATA E HORÁRIO: 5 setembro I segunda I 20h30

LOCAL: Teatro Castro Alves

INGRESSOS: R$ 60 (inteira), R$ 36 (Clube Correio) e R$ 30 (meia). Vagas limitadas.

INFORMAÇÕES: 4020.2050 e www.fronteiras.com/salvadorfacebook.com/FronteirasBA

PONTOS DE VENDA: A partir desta segunda (dia 08 de Agosto), na bilheteria do Teatro Castro Alves, nos SACs do Shopping Barra e do Shopping Bela Vista, pelo site www.ingressorapido.com.br ou pelo telefone 4003-2051.

“A grande época do ideal casamenteiro, onde a felicidade está atrelada ao outro está acabando”, afirma Contardo Calligaris

O psicanalista e cronista italiano encerrou a temporada 2015 do Fronteiras Braskem do Pensamento, em Salvador

Fronteiras do pensamento Braskem, realizado no Teatro Castro Alves em Salvador(BA). Foto: Ulisses Dumas / Ag: BAPRESS
Foto: Ulisses Dumas / Ag: BAPRESS

“Somos tão perdidamente convencidos das recompensas da vida coletiva, que não queremos proporcionar as nossas crianças a solidão. Deveria ser estabelecido no Estatuto da Criança e do Adolescente o direito ao tédio”. Com essas afirmações, o psicanalista e cronista italiano Contardo Calligaris, encerrou a temporada 2015 do projeto Fronteiras Braskem do Pensamento, em Salvador. A conferência, que teve como tema Juntos seria sempre melhor?, lotou na noite dessa quinta-feira, dia 01/10, a plateia do Teatro Castro Alves. Durante o evento, Calligaris falou sobre como é difícil ficar sozinho, principalmente do ponto de vista feminino e de como o sonho da felicidade plena, que só seria alcançada com o casamento, cerceou muitas mulheres. “Esperamos que o outro seja a cura dos nosso males quando, na verdade, será a quem vamos acusar de não estarmos felizes, de não ser o que poderíamos ou queríamos ser”, aponta.

Segundo o especialista, foi entre as décadas de 1960 e 1970 que o ideal de convivência nos conquistou. Mas, para ele a grande época do ideal casamenteiro, onde a felicidade está atrelada ao outro está acabando. “Em 1890, por exemplo, 34% das mulheres americanas eram solteiras. Em 1960 eram só 17% e em 2013, o percentual de mulheres não casadas nos Estados Unidos era de 53%”, ressaltou. O evento, que teve o patrocínio da Braskem e do Governo da Bahia, através do Fazcultura, e Secretarias de Cultura e da Fazenda, com realização da Telos Cultural e Caderno 2 Produções, foi apresentado pelo jornalista Fernando Sodake e teve como debatedor, o psicanalista Marcelo Veras, diretor da Escola Brasileira de Psicanálise e professor da Universidade Federal da Bahia (UFBA).

Foto: Ulisses Dumas / Ag: BAPRESS
Foto: Ulisses Dumas / Ag: BAPRESS

Casamento X Felicidade

Contardo Calligaris, que é doutor em psicologia clínica pela Universidade de Provence, citou uma pesquisa realizada em 1962, em que cerca de 90% das mulheres americanas casadas se diziam extremamente felizes com o matrimonio. Mas, apenas 10% dessas mulheres gostariam que suas filhas cassassem ou que cassassem tão cedo. “Estamos redescobrindo que o outro não é e nunca foi o horizonte de nossas vidas e que a intimidade com o outro é sempre ameaçadora para nossa autonomia”, adverte.

Quando perguntado pelo público se acreditava que os contos de fadas eram os responsáveis pelo ideal de casamento perfeito, Calligaris respondeu que, “são apenas histórias de encontros e não de casamentos. Os autores encerram os contos na parte do casamento e dizem que foram ‘felizes para sempre’, mas sem mostrar como, justamente porque essa parte da história seria uma comédia”, diverte-se. O psicanalista explica ainda que “as mulheres não podem acreditar que os homens são príncipes encantados, até porque as mulheres também não são princesas”, provoca.