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Mia Couto afirma que foi salvo pela literatura durante o Fronteiras Braskem do Pensamento 2017


“Sou um ateu não praticante”, assim se definiu o escritor moçambicano Mia Couto, ao abrir na noite dessa quarta-feira, dia 03, a temporada 2017 do projeto Fronteiras Braskem do Pensamento, em Salvador. Com o tema Os Deuses dos Outros, Mia falou para uma plateia atenta, que lotou a sala principal do Teatro Castro Alves. “A religião para mim é a capacidade do encontro com aquilo que me parece crente. Ninguém mora dentro de si mesmo, mas mora em todos”, afirmou o escritor, um dos mais traduzidos no mundo. O evento foi apresentado pelo escritor pernambucano Marcelino Freire, vencedor do Prêmio Jabuti 2006.

Fronteiras, que este ano tem como tema principal Civilização – A sociedade e seus valores, prossegue com as conferências da crítica cultural norte-americana Camille Paglia (15/08) e da ativista dos direitos humanos moçambicana, Graça Machel (5/09), sempre às 20h30. Os ingressos continuam à venda nas bilheterias do Teatro Castro Alves, nos SACs dos shoppings Barra e Bela Vista, pelo site www.ingressorapido.com.br ou pelo telefone (71) 4020-2050. Ingresso individual por conferência: R$50 (inteira) e R$25 (meia). Outras informações pela Central de Relacionamento Fronteiras 4020.2050 e no portal www.fronteiras.com. O Fronteiras Braskem do Pensamento Salvador tem o patrocínio da Braskem e do Governo da Bahia, através do Fazcultura, Secretaria da Fazenda e Secretaria de Cultura do Estado da Bahia, com realização da Caderno 2 Produções Artísticas.

“Voz demoníaca” 

Por cerca de 40 minutos, Mia Couto falou sobre a ligação da religiosidade com os movimentos políticos e o papel da literatura na libertação do ser humano. “A literatura e a poesia me salvaram”. Um dos pontos altos da conferencia foi quando o conferencista falou sobre a interferência dos meios de comunicação na vida das pessoas. “A televisão é uma peneira que não deixa passar a voz dos outros”, afirmou Mia, ao lembrar de uma fábula contada pela avó do escritor do Zimbabwe Chenjerai Hove (1956 – 2015), sobre uma “voz demoníaca” que saia de uma caixa chamada rádio.

Comparado a Gabriel García Márquez, Guimarães Rosa e Jorge Amado, Mia Couto citou a influência do escritor baiano para os escritores moçambicanos. “Jorge Amado ajudou a encontrar um certo sabor na literatura quando buscávamos nos afastar da literatura portuguesa”, garantiu Mia, que ficou encantado com a visita que fez ao Memorial Casa do Rio Vermelho, residência de Jorge Amado e Zélia Gatai. “Nunca vi um memorial cheio de vida, cheio de voz como aquele”, destacou.

Autor de uma extensa e diversificada obra, que inclui poesia, contos, romance e crónicas publicadas em mais de 22 países e traduzidas em diversos idiomas, Mia Couto lembrou de momentos de contemplação que o encantava em sua infância “Na escola via uma janela que dava para um pátio interno e na avaliação que meus pais receberam estava escrito ‘esse aluno nunca faltou, mas também nunca chegou a estar presente’”. Quanto ao seu processo de criação, Mia afirmou que é meio caótico. “Começo com algum encontro que me apontam alguns caminhos. Nunca tive um livro em que eu tivesse um pleno predeterminado”, explica.

Ao ser perguntado sobre a atual situação política do país, Mia garantiu que, “o mais grave que acontece no Brasil é o que acontece no mundo inteiro, de não sabermos para onde estamos indo, mas vamos dar a volta por cima, como diz uma música de vocês. Vai vencer a justiça e a liberdade”. O moçambicano finalizou a conferência prestando uma homenagem a todos os brasileiros que estiveram exilados em Moçambique durante a Ditadura Militar no Brasil.

PROGRAMAÇÃO FRONTEIRAS BRASKEM DO PENSAMENTO
CAMILLE PAGLIA (Estados Unidos, 1947)

15 de agosto (terça-feira)
Ensaísta e crítica cultural norte-americana, Camille Paglia participou do ciclo Fronteiras Braskem do Pensamento em 2008, em Salvador, com a conferência Variedades do erótico na arte do século XX. É uma das intelectuais mais influentes da atualidade e a principal teórica do “pós-feminismo”. Graduada em língua inglesa, seus ensaios abordam as representações da arte na cultura ocidental e suas relações com política, sexo, religião e sociedade. Ganhou destaque ao analisar a interação entre sociedade e cultura na obra Personas sexuais, e valorizar o tema da cultura de massas no ambiente acadêmico com os livros Sexo, arte e cultura americana e Vampes & vadias, entre outros. Sua mais recente obra traduzida no Brasil é Imagens cintilantes – Uma viagem através da arte desde o Egito a Star Wars. No projeto Fronteiras do Pensamento, Camille Paglia realizou as conferências A mulher na arte: da idade da pedra até Hollywood, em 2007, em Porto Alegre, e Arte, cultura e feminismo, em 2015, em São Paulo. Vídeos exclusivos estão disponíveis no portal www.fronteiras.com.

Graça Machel (Moçambique, 1945)

5 de setembro (terça-feira)
Política e ativista dos direitos humanos, Graça Machel foi ministra da Educação e da Cultura de Moçambique entre 1976 e 1989, grande parte durante o governo de seu esposo, Samora Machel, morto em 1986. Defensora internacional dos direitos das mulheres e das crianças, foi nomeada em 1990 pela ONU para o Estudo do Impacto dos Conflitos Armados na Infância, trabalho pelo qual recebeu a Medalha Nansen das Nações Unidas, em 1995. Em 1998, casou-se com Nelson Mandela, primeiro presidente negro da África do Sul, tornando-se a única pessoa no mundo a ser primeira-dama de mais de uma nação. Formada em Filologia Germânica, Graça Machel atuou como professora, militou na Frente da Libertação de Moçambique (FRELIMO), e é membro do Painel para o Progresso da África (APP), grupo constituído por dez distintas personalidades que defendem o desenvolvimento equitativo e sustentável da África.

Sobre o Fronteiras Braskem do Pensamento

Fronteiras Braskem do Pensamento é um ciclo de conferências alinhado ao projeto cultural múltiplo Fronteiras do Pensamento – www.fronteiras.com – que aposta na liberdade de expressão intelectual e na educação de qualidade como ferramentas para o desenvolvimento. O Fronteiras do Pensamento realiza anualmente edições em Porto Alegre e São Paulo, e na edição especial em Salvador abre espaço para o debate e a análise da contemporaneidade e das perspectivas para o futuro, apresentando pensadores, artistas, cientistas e líderes que são vanguardistas em suas áreas de pesquisa e pensamento. Os valores básicos do projeto são o pluralismo das abordagens, o rigor acadêmico e intelectual de seus convidados e a interdisciplinaridade de ideias. Por isso o Fronteiras Braskem do Pensamento já trouxe a Bahia importantes nomes como Enrique Peñalosa, Leymah Gbowee, Wim Wenders, Edgar Morin, Manuel Castells, Contardo Calligaris, Luc Ferry, Salman Rushdie, Jean-Michel Costeau e Valter Hugo Mãe, entre outros.
 
SERVIÇO
FRONTEIRAS BRASKEM DO PENSAMENTO SALVADOR 2017
PRÓXIMAS CONFERÊNCIASCamille Paglia, 15/8 e Graça Machel, 5/09.
LOCAL E HORÁRIO: Teatro Castro Alves, às 20h30.
INGRESSOS INDIVIDUAIS: R$ 50,00 (inteira) e R$ 25,00 (meia) para cada uma das conferências.
INFORMAÇÕES SOBRE VENDAS: 3003-0595
PONTOS DE VENDA: Nas bilheterias do Teatro Castro Alves, nos postos de vendas do SAC dos shoppings Barra e Bela Vista, e pelo site www.ingressorapido.com.br.
INFORMAÇÕES PROJETO: Na Central de Relacionamento Fronteiras 4020.2050 e no portal www.fronteiras.com.
 

Projetos culturais e socioambientais apoiados pela Braskem participam da Virada Sustentável Salvador

Mesclar atividades culturais e de sustentabilidade: esse é o objetivo da Virada Sustentável Salvador, uma realização do Instituto Fábrica de Florestas (IFF), em parceria com a Virada Sustentável, que promove sua primeira edição na capital baiana neste fim de semana – dias 25 e 27 de novembro. A Braskem participa ativamente do evento, apresentando sete ações socioambientais e projetos culturais que integram a programação gratuita do evento, no Jardim Botânico e nos parques da Cidade, Costa Azul, de Pituaçu e o São Bartolomeu.

Nesta sexta-feira (dia 25/11), às 14h, Jorge Soto (diretor de Sustentabilidade da Braskem) irá mediar a roda de conversa Comunicando a Sustentabilidade, no Auditório Parque Social, no Parque da Cidade. Participam do debate Juca Cunha (diretor da Ser) e André Palhano (jornalista e idealizador da Virada Sustentável). No sábado (dia 26), outra roda de conversa debaterá Resíduos e Reciclagem – um envolvimento de todos, com mediação de Asher Kiperstok (Rede de Tecnologias Limpas da Universidade Federal da Bahia – TECLIM/UFBA).

“A Virada Sustentável tem uma dinâmica inclusiva e aderente ao que nós, da Braskem, buscamos apoiar: projetos que incentivam a transformação e o desenvolvimento da comunidade baiana através da inclusão social, da educação ambiental e da promoção cultural. Estamos certos de que será uma experiência muito positiva para todos que participarem”, afirma Hélio Tourinho, gerente de Relações Institucionais da Braskem na Bahia.

Projetos culturais – Entre as iniciativas apoiadas pela Braskem está o Viveiro Escola Itinerante, ação do Instituto Fábrica de Florestas, que promoverá oficinas de plantio e distribuição de mudas no Parque da Cidade. No sábado e domingo (dias 26 e 27), às 11h, no Parque da Cidade, a editora Caramurê oferece contação de histórias com a atriz Diana Ramos interpretando a palhaça Bonna Bonacha. Às 15h também do sábado 26, a contação de histórias será com o ator e educador Enjolras de Oliveira. A editora, em parceria com a Braskem, foi a responsável pelo lançamento da coleção de livros infanto-juvenis Eu Vim da Bahia, impressos em Vitopaper®, papel sintético produzido a partir de plásticos reciclados pós-consumo, que não rasga, não molha e absorve 20% menos tinta na impressão.

A Caramurê também estará no Parque Costa Azul, no longe do Iaô Design, da Associação Fábrica Cultural, comandada por Margareth Menezes, que combina reciclagem e inclusão produtiva. A partir de lona plástica reaproveitada serão expostas peças de mobiliário, como almofadas e pufes, e acessórios, como sandálias e bolsas, assinadas pelas estilistas Márcia Ganem e Luciana Galeão e produzidos pelas costureiras da Península de Itapagipe.

Legado e Incentivo à leitura

Voltado para a democratização e incentivo à leitura, o projeto Livres Livros, também patrocinado pela Braskem, vai inaugurar no sábado (dia 26), às 9h, o Cantinho de Leitura no Parque da Cidade, que irá reunir em um espaço lúdico obras de diversos autores, além de receber ao longo de todo um ano encontros com autores, contação de histórias, palestras e oficinas gratuitas. O projeto Livres Livros, existente desde maio de 2015, busca incentivar a leitura e propõe a troca, doação e leitura de livros, através da instalação de minibibliotecas livres em diversos pontos da cidade, além de ações nas comunidades que buscam sensibilizar a população para a importância da leitura.

Serviço: 
Evento: Virada Sustentável Salvador
Dia 25/11 (sexta-feira)
Roda de Conversa: “Comunicando a Sustentabilidade”
Local: Auditório Parque Social (Parque da Cidade)
Horário: 14h às 16h30
Mediação: Jorge Soto (diretor de Desenvolvimento Sustentável da Braskem)
Participantes: Juca Cunha (diretor da Ser) e André Palhano (jornalista e responsável pela Virada Sustentável)
Roda de conversa “Resíduos e Reciclagem – um envolvimento de todos”
Local: Auditório Parque Social (Parque da Cidade)
Horário: 14h às 16h30
Mediação: Asher Kiperstok (Rede de Tecnologias Limpas da Universidade Federal da Bahia – TECLIM/UFBA)
Participante: Michele Almeida (Presidente da Camapet).
 
Dia 26/11 (sábado)
Inauguração do Cantinho de Leitura Livres Livros
9h – Abertura
09h30 – Declamação de poesias
10h – Convidado fala sobre a importância da sustentabilidade
10h30 às 12h – Ação com grafite para customização das unidades Livres Livros
Local: Parque da Cidade
Estande da Caramurê Editora
11h – Contação de histórias com a atriz Diana Ramos interpretando a palhaça Bonna Bonacha
15h – Contação de histórias com o ator e educador Enjolras de Oliveira
Local: Parque da Cidade
Dia 27/11 (domingo)
11h – Contação de histórias com a atriz Diana Ramos interpretando a palhaça Bonna Bonacha
Local: Parque da Cidade
 

Edney Silvestre - Foto: Estevam Avellar
Edney Silvestre será o mediador da conferência de Valter Hugo Mãe no Fronteiras Braskem do Pensamento

O jornalista Edney Silvestre foi especialmente convidado para apresentar a conferência de Valter Hugo Mãe em Salvador, em comemoração aos 10 anos do projeto Fronteiras, no dia 5 de setembro, às 20h30, no Teatro Castro Alves. Ao jornalista, apresentador do programa Globo News Literatura e correspondente internacional do jornal O Globo e da TV Globo em Nova York por mais de uma década, caberá debater com um dos autores mais carismáticos e ecléticos da contemporaneidade. Edney Silvestre é também escritor, com o romance Se eu fechar os olhos agora venceu do Prêmio Jabuti em 2010 e, neste ano lançou o livro de contos Welcome to Copacabana & outras histórias. O Fronteiras Braskem do Pensamento tem o patrocínio da Braskem, apoio da Rede Bahia e Unijorge, e realização da Caderno 2 Produções Artísticas. Os ingressos estão à venda nas bilheterias do Teatro Castro Alves, nos SACs do Shoppings Barra e Bela Vista, e pelo site www.ingressorapido.com.br. Últimas vagas.

FRONTEIRAS BRASKEM DO PENSAMENTO

CONFERÊNCIA ESPECIAL: VALTER HUGO MÃE

DATA E HORÁRIO: 5 setembro I segunda I 20h30

LOCAL: Teatro Castro Alves

INGRESSOS: R$ 60 (inteira), R$ 36 (Clube Correio) e R$ 30 (meia). Últimas limitadas.

INFORMAÇÕES: 4020.2050 e www.fronteiras.com/salvador I facebook.com/FronteirasBA

PONTOS DE VENDA: A partir desta segunda (dia 08 de Agosto), na bilheteria do Teatro Castro Alves, nos SACs do Shopping Barra e do Shopping Bela Vista, pelo site www.ingressorapido.com.br ou pelo telefone 4003-2051.

Fronteiras Braskem do Pensamento traz a Salvador Valter Hugo Mãe
Valter Hugo Mãe irá discutir a literatura na busca pela felicidade no Fronteiras Braskem do Pensamento

“Até que ponto os livros não são, eles próprios, motivações para a felicidade?” Esse é um questionamento que o escritor Valter Hugo Mãe deverá fazer ao público baiano, no Fronteiras Braskem do Pensamento, em Salvador. “Partirei de um livro na minha infância para refletir sobre o que penso a respeito da felicidade, que é um tema recorrente nos meus livros. A felicidade não existe sem conter a tristeza”, explica Mãe, um dos autores de sua geração mais lidos em Portugal. Ele foi reconhecido por seu conterrâneo José Saramago como um “tsunami literário” já na publicação de seu segundo romance.

O Fronteiras tem o patrocínio da Braskem, apoio da Rede Bahia e Unijorge, com realização da Caderno 2 Produções Artísticas. A conferência acontece no próximo dia 5 de setembro, às 20h30, no palco principal do Teatro Castro Alves. Os ingressos estão à venda nas bilheterias do Teatro Castro Alves e nos SACs do Shopping Barra e do Shopping Bela Vista, pelo site www.ingressorapido.com.br ou pelo telefone (71) 2626-5071. As vagas são limitadas.

FRONTEIRAS BRASKEM DO PENSAMENTO

CONFERÊNCIA ESPECIAL: VALTER HUGO MÃE

DATA E HORÁRIO: 5 setembro I segunda I 20h30

LOCAL: Teatro Castro Alves

INGRESSOS: R$ 60 (inteira), R$ 36 (Clube Correio) e R$ 30 (meia). Vagas limitadas.

INFORMAÇÕES: 4020.2050 e www.fronteiras.com/salvadorfacebook.com/FronteirasBA

PONTOS DE VENDA: A partir desta segunda (dia 08 de Agosto), na bilheteria do Teatro Castro Alves, nos SACs do Shopping Barra e do Shopping Bela Vista, pelo site www.ingressorapido.com.br ou pelo telefone 4003-2051.

Fronteiras Braskem do Pensamento traz a Salvador Valter Hugo Mãe
Fronteiras Braskem do Pensamento traz a Salvador Valter Hugo Mãe

“De fato, me interessa pouco um livro que seja muito inteligente e aborrecido. Gosto da dimensão encantatória do texto, entendo o livro como algo mudador”, afirma o autor de o nosso reino, o remorso de baltazar serapião, o apocalipse dos trabalhadores e a máquina de fazer espanhóis, série de obras conhecida como a tetralogia das minúsculas, por ser escrita sem letras capitais. De personalidade carismática, sensibilidade ímpar e talento eclético, Valter Hugo Mãe foi reconhecido por seu conterrâneo José Saramago como um “tsunami literário” já na publicação de seu segundo romance.

Um dos autores de sua geração mais lidos em Portugal, Mãe se identifica com uma literatura que vai além do público médio e possui uma função na vida humana. “A literatura serve para alguma coisa. A poesia é, inclusive, terapêutica. Tudo deve ser escrito com a esperança de que o público atinja uma espécie de sabedoria, um outro tipo de inteligência emocional”, afirma. E completa: “O indivíduo só é tão importante como a pedra. Por isso, estou convicto de que só existimos pelos outros e com os outros, e a vida só nos recompensa verdadeiramente quando sabemos chegar a quem amamos”. Valter Hugo Mãe estará no palco do Fronteiras Braskem do Pensamento em Salvador, no dia 5 de setembro, às 20h30. A conferência acontece no Teatro Castro Alves. Informações no site www.fronteiras.com/salvador ou pelo fone 4020-2050. Ingressos à venda a partir desta segunda-feira, vagas limitadas.

Licenciado em Direito e pós-graduado em Literatura Portuguesa Moderna e Contemporânea, Valter Hugo Lemos nasceu em Saurimo, Angola. Filho de portugueses, sua família retornou a Portugal antes de seus cinco anos. Passou a infância em Paços de Ferreira e, em 1980, mudou-se para Vila do Conde, onde vive até hoje. Desde criança se reconhece como um colecionador de palavras – e só foi convencido por sua mãe a frequentar a escola depois que ela lhe disse que estudar seria a melhor forma de “guardar as coisas na cabeça”. Adotou o pseudônimo “mãe” – que inicialmente escrevia também em minúsculas – por considerar a palavra repleta de um sentido de completude, do extremo da humanidade. “É um tipo de amor que não gastamos de outra forma a não ser que tenhamos um filho. É como haver um desperdício de nós mesmos”, reflete. Já o apreço pelas minúsculas é explicado por estas aludirem “a uma democracia das palavras”, comenta o escritor, que afirma ser o uso de letras maiúsculas algo inoperante na língua. “Não pensamos com muita sinalética. É uma utopia pensar que o texto escrito possa chegar perto da selvageria que representa o discurso do pensamento, mas é um desafio que me interessou viver. Depois, mudei para as maiúsculas pela oportunidade de fazer algo diferente após a tetralogia, e também porque era muito redutor ser reconhecido como o cara que escreve tudo em minúsculas”, reclama.

Entre as diversas láureas recebidas, destaca-se a conquista do Prêmio José Saramago por o remorso de baltazar serapião, em 2007, e o Prêmio Portugal Telecom, em 2012, por a máquina de fazer espanhóis. Suas obras se destacam pela variedade dos meios de expressão e de temática, que podem falar dos pequenos detalhes do cotidiano, dos problemas contemporâneos enfrentados por países como Portugal ou das paisagens da Islândia, combinando uma prosa apurada com histórias marcadas pela emoção. “Eu sempre fui convencido de que morreria cedo e tive várias datas-limite: os 18 anos, os 33 e os 40. Agora, acho que vou ser eterno”, brinca o escritor, ao explicar que a crescente idade das personagens principais de seus quatro mais importantes romances é o ponto de encontro destas obras.

Em o nosso reino, Valter Hugo Mãe conta a história de benjamin, um menino de oito anos que vive em uma pequena aldeia portuguesa durante o regime salazarista, buscando distinguir o bem e o mal em meio à repressão da igreja e aos trágicos acontecimentos que ocorrem a seu redor. Em o remorso de baltazar serapião, relata a desastrada existência dos sargas e as desventuras de seu primogênito, baltazar serapião, tragicamente enamorado por ermesinda, de extrema beleza. Em o apocalipse dos trabalhadores, conta a história de maria da graça e quitéria, duas empregadas domésticas que, apesar do trabalho duro e da rotina opressiva, mantêm as esperanças em uma vida melhor e vivem desventuras amorosas. Já em a máquina de fazer espanhóis, último livro da tetralogia das minúsculas, narra a história de antónio jorge da silva, um barbeiro de 84 anos que, depois de perder a mulher, passa a viver num asilo e se vê obrigado a investigar novas formas de conduzir a vida.

Em sua quinta obra, O filho de mil homens, Mãe volta às maiúsculas e narra a história do pescador Crisóstomo, que aos 40 anos tem uma vontade imensa de ser pai e conhece o órfão Camilo: ao redor dos dois, outros personagens testemunham a construção de uma família em uma aldeia rural, atravessando temas como solidão, preconceitos, vontades reprimidas, amor e compaixão. A obra guarda semelhanças com as memórias e os desejos de Valter Hugo Mãe, que diz já ter sentido o preconceito na pele por ter nascido em Angola. Na escola, relembra ter sido chamado de “preto”, e costuma contar que sua descoberta das pessoas negras se deu num supermercado, quando uma senhora o mandou retornar a sua terra. “Fui para casa e perguntei a minha mãe se as pessoas em Angola eram negras. Ela disse que sim. Perguntei se eu ia ficar negro. Mas minha mãe disse: Não, vais ser sempre assim, amarelinho. Fiquei frustrado. Pensei que, eventualmente, ser negro deveria ser incrível. Eu me olhava e pensava: Uau! E se eu fosse preto?! À noite ninguém iria me ver. Seria o homem-aranha de Paços de Ferreira”, conta o autor em uma de suas entrevistas, em um misto de emoção e divertimento.

Em um de seus mais recentes livros, Valter Hugo Mãe se desafia novamente ao contar uma história sob a perspectiva de uma menina de 11 anos: A desumanização se passa na paisagem inóspita dos fiordes islandeses e narra o que resta a uma jovem depois da morte de sua irmã gêmea. O livro – recentemente publicado na Islândia, alcançando a liderança de vendas no país – resgata a vontade constante de reinvenção, autoimposta pelo escritor: “Sinto que vou de arrasto. Sou a parte menos importante do começo das coisas. Eu só preciso estar atento”, fala o autor sobre seu processo de escrita. E completa: “Eu não pergunto em demasiado para me deixar impressionar pela intuição. A maior parte das minhas coisas começa com pessoas caladas. Observo e depois invento uma vida para aquela pessoa – o sapato, o gesto, como ela se penteia”, explica.

Com uma carreira marcada pela edição literária e por trabalhos na poesia, na crônica, na música, na televisão e nas artes plásticas, Mãe já apresentou um programa de entrevistas num canal português, atuou como vocalista da banda Governo e tem se dedicado esporadicamente ao desenho. Sua obra poética está revista e reunida no volume contabilidade, e escreve ainda a coluna “Casa de Papel”, no jornal Público.

Foto: Rita Rocha
Foto: Rita Rocha

SOBRE OS 10 ANOS DO FRONTEIRAS DO PENSAMENTO

Em uma década, muitos olhares. Em seus dez anos de existência, o Fronteiras do Pensamento realizou mais de 200 conferências internacionais, apresentadas para mais de 170 mil espectadores. Encontros que sempre tiveram como propósito a tradução do nosso mundo e do nosso tempo visando ampliar e diversificar o debate. Alguns dos mais instigantes e representativos intelectuais da atualidade estiveram no palco do Fronteiras, ressaltando a diversidade geográfica, a pluralidade de ideias e a liberdade de expressão em um trabalho que ultrapassou as fronteiras físicas do ciclo de conferências, transformando-se em uma conceituada plataforma de conteúdo, que já gerou 24 filmes de curta e média metragens, mais de 500 vídeos publicados no YouTube, séries de livros e mais de 30 mil fascículos educacionais distribuídos, além de diversas outras publicações que podem ser acessadas no portal www.fronteiras.com. Atualmente, o Fronteirasé realizado em três capitais – São Paulo, Porto Alegre e Salvador. O Fronteiras Braskem do Pensamento Salvador tem o patrocínio da Braskem, apoio da Rede Bahia e Unijorge, com realização da Caderno 2 Produções Artísticas.

SOBRE O FRONTEIRAS BRASKEM DO PENSAMENTO

Presente na capital baiana desde 2008, o Fronteiras Braskem do Pensamento já apresentou mais de 20 conferências internacionais na cidade, com nomes de destaque no cenário contemporâneo. A crítica cultural norte-americana Camile Paglia, o oceanógrafo francês Jean-Michel Cousteau, o jornalista norte-americano Tom Wolfe, o escritor britânico Salman Rushdie e o sociólogo espanhol Manuel Castells foram alguns dos convidados que mantiveram sempre repleta a plateia de um dos mais cultuados palcos do País, o Teatro Castro Alves.

Para marcar os 10 anos do projeto, referência na cena cultural brasileira, o Fronteiras Braskem do Pensamento traz este ano a Salvador o premiado escritor Valter Hugo Mãe para uma conferência especial que aposta na força da literatura como um importante processo de intervenção global e local. O encontro também celebra a primeira visita de Mãe, um dos escritores portugueses mais lidos na atualidade, a um dos berços históricos do Brasil.

O convidado confessa ser um apaixonado pela cultura brasileira, reafirmando em várias entrevistas que “a melhor coisa que os portugueses fizeram foi o Brasil”. Em uma de suas colunas no jornal Público narra um encontro emocionado com Ariano Suassuna: “Alguns homens fazem de todas as horas uma lição de vida. Ao visitar Ariano Suassuna, sei bem, visitei humildemente a alma de um certo Brasil. Que falou comigo. Falou comigo, simplesmente”, poetiza. Mãe protagonizou uma das mais belas e poéticas conferências do projeto na cidade de Porto Alegre em 2015, trechos que podem ser assistidos dentre os vídeos mais acessados do portal www.fronteiras.com, com mais de 20 mil visualizações.

A venda dos ingressos para o Fronteiras Braskem do Pensamento inicia nesta segunda, na bilheteria do Teatro Castro Alves e nos SACs do Shopping Barra e do Shopping Bela Vista, pelo site www.ingressorapido.com.br ou pelo telefone (71) 2626-5071.

FRONTEIRAS BRASKEM DO PENSAMENTO

CONFERÊNCIA ESPECIAL: VALTER HUGO MÃE

DATA E HORÁRIO: 5 setembro I segunda I 20h30

LOCAL: Teatro Castro Alves

INGRESSOS: R$ 60 (inteira), R$ 36 (Clube Correio) e R$ 30 (meia). Vagas limitadas.

INFORMAÇÕES: 4020.2050 e www.fronteiras.com/salvador I facebook.com/FronteirasBA

PONTOS DE VENDA: A partir deste sábado, na bilheteria do Teatro Castro Alves, nos SACs do Shopping Barra e do Shopping Bela Vista, pelo site www.ingressorapido.com.br ou pelo telefone 4003-2051.

Quase 4,5 mil estudantes participam da Olimpíada Baiana de Química 2016

Neste sábado, dia 6, serão realizadas as provadas da segunda fase do evento, que é realizado pelo Instituto de Química da Ufba e tem patrocínio da Braskem, Dow Química e Brasilgás

 

Neste sábado, dia 6/08, às 14h, quase 4,5 mil alunos do Ensino Médio e Tecnológico de diversas cidades baianas participam da segunda fase da Olimpíada Baiana Química (OBAQ). O evento, que chega a sua da 11ª edição, é organizado pela Associação Brasileira de Química (ABQ-Bahia), com o apoio do Instituto de Química da Universidade Federal da Bahia (UFBA), Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Serviço Social da Indústria (SESI), Federação das Indústrias do Estado da Bahia (FIEB) e Fundação CEFET-BAHIA. A atividade tem patrocínio da Braskem, Brasilgás e Dow Química, empresas que incentivam ações de inovação e desenvolvimento sustentável.

O objetivo da Olimpíada Baiana Química é dar oportunidade para que jovens estudantes interessados na disciplina possam conhecer melhor os processos de separação de misturas, ligações, reações químicas, entre outros. Os portões serão abertos às 13h30 e a duração da prova é de quatro horas. O exame será aplicado em 62 municípios. Em Salvador, a prova ocorrerá no Pavilhão de Aulas Prof. Luiz Felippe Serpa, antigo PAF I da UFBA, localizado no bairro de Ondina.

Na primeira fase, que foi realizada nas escolas, mais de 16 mil estudantes concorreram às vagas disponibilizadas pela coordenação da OBAQ para a segunda fase do concurso. Os candidatos devem comparecer aos locais de prova munidos de documento de identificação com foto. Não será permitido o uso de celulares, calculadoras reprogramáveis e outros equipamentos eletrônicos. As questões devem ser respondidas com caneta esferográfica azul escura ou preta. Os alunos mais bem classificados na Fase II representarão a Bahia nas Olimpíadas Norte-Nordeste e Brasileira de Química de 2017. Mais informações no site www.obaq.ufba.br.

 
 

Iaô Design casa sustentabilidade e transformação social
Iaô Design casa sustentabilidade e transformação social

Um projeto que deve virar referência em design e sustentabilidade no Brasil será lançado em Salvador nessa quarta-feira (dia 3). Esta é a data em que resíduos de lonas plásticas serão mostrados na forma de peças de mobiliário e artigos de moda. O lançamento será em bate-papo sobre design e sustentabilidade no Teatro Eva Herz (Salvador Shopping), com exposição das coleções, a partir das 18h30.

A autoria reforça a riqueza dos produtos, que são assinados pelas estilistas Márcia Ganem e Luciana Galeão, e costureiras e tecelãs de grupos produtivos da cidade, a exemplo da Coopertêxtil. A iniciativa é idealizada e gerida pela Associação Fábrica Cultural, que inova ao investir no casamento entre design e sustentabilidade para promover sua missão de inclusão sócio-produtiva através da Economia Criativa. O patrocínio é da Braskem e Governo do Estado, através do Fazcultura, Secretaria da Fazenda e Secretaria de Cultura do Estado da Bahia.

Sandálias e bolsas de lona trançada e peças de mobiliário, como almofadas e puffs, chegarão ao consumidor final sob a grife Iaô Design e prometem ser tão surpreendentes quanto o processo social e criativo que está por detrás da sua produção. Tudo costurado, cerzido e alinhavado por mulheres que integram grupos produtivos de Salvador. Ao todo, cerca de 200 pessoas estão envolvidas no projeto.

As peças chegarão ao público com alto valor agregado ao revelar os resultados da união entre iniciativa social, profissionalismo, criatividade e a vontade de provar que ainda há muito a ser feito quando os assuntos são aproveitamento de resíduos, sustentabilidade, trabalho em rede e transformação social.

“O projeto IAÔ Design melhora a vida das pessoas por meio das soluções sustentáveis da química e do plástico e isso exemplifica muito bem o propósito da Braskem. O projeto transforma resíduos plásticos em moda e cultura, através do apoio à qualificação da comunidade, e esta é uma grande oportunidade de investimento social para a nossa empresa. Nós acreditamos que o plástico é um material revolucionário, que traz qualidade de vida para as pessoas e pode ser destinado de maneira sustentável através da reciclagem e do reaproveitamento”, declara Helio Tourinho, gerente de Relações Institucionais da Braskem na Bahia.

Fábrica Cultural – Quem conhece o trabalho da Associação Fábrica Cultural, que tem na sua presidência a artista Margareth Menezes, sabe que o casamento entre moda e sustentabilidade já rendeu excelentes frutos para o Núcleo Produtivo de Moda da entidade. Foi lá que teve início a ideia de aproveitar resíduos de lonas plásticas de publicidade como matéria-prima para as costureiras da Península de Itapagipe, região alvo dos projetos da associação.

Inúmeros acessórios e artigos feitos de lonas plásticas – que iriam para o lixo – foram produzidos desde 2010, quando se iniciou o trabalho do Núcleo, com destaque para coleção de bolsas. Nesse tempo, mais de 2.000 peças foram produzidas e comercializadas, beneficiando cerca de 80 mulheres e funcionando como referência para o nascimento da marca Iaô Design.

Design autoral – A particularidade do projeto Iaô Design está no fato de investir no design autoral por meio da criação assinada por estilistas de renome, a exemplo de Márcia Ganem e Luciana Galeão. A experiência com transformação de resíduos orientou o convite. Sendo a marca uma evolução do Núcleo de Moda, o propósito é ocupar mais espaços, atrair novos olhares, expandir a comercialização e avançar em visibilidade. Para isso, o projeto conta com dois potentes motores: inclusão social e sustentabilidade.

“O projeto IAÔ Design dá a possibilidade de mostrarmos um novo desenho social, que tem a sustentabilidade como um valor a ser seguido. Ele foi criado a partir do núcleo produtivo de moda da Fábrica Cultural, da vocação, do trabalho em rede com costureiras e esse setor produtivo; e vem também utilizando resíduo como uma possibilidade, uma oportunidade de reinvenção”, realça a diretora de projetos da Fábrica Cultural, Teresa Carvalho.

Coleção África Gráfica – Assinada por Luciana Galeão, a coleção África Gráfica contou com o auxílio de 15 tecelãs da Coopertêxtil, que há 13 anos funciona no Pelourinho. “A história do tear vem da África e percebi, quando conheci as meninas da cooperativa, que elas tinham um perfil de trabalho bem étnico. Daí surgiu a proposta da coleção, que traz como referência tudo que remete ao contexto africano”, explica a estilista de onde partiu sua inspiração.

Para produzir as peças, foram utilizadas as técnicas de tecelagem com ponto balão e ponto escama de peixe, assim como a cestaria (trançado de filetes do banner), que têm formas geométricas bem étnicas. Os detalhes em franjas, nós, macramê e a descombinação das cores ressaltam também a temática nas peças, que vão do acessório ao utilitário, como bolsas-saco, sandálias, porta-cartão e luminárias. “Foi um desafio para todo mundo. O material parece simples, mas é bem complexo de trabalhar por precisarmos descobrir nele as possibilidades seguras de produção”, relata Galeão.

Mobiliário – Já a linha de mobiliário do Iaô design é assinada pela estilista Márcia Ganem e nasceu como solução para o desafio de apresentar  produtos que utilizam matérias- primas de reuso, com a valorização cultural e identidade local. “Viabilizar soluções de ecodesign em mobiliário foi a melhor solução, porque é uma linguagem que permite cruzamentos interessantes, acolhendo bem as lonas descartadas e outras  soluções ambientais como a utilização de pallets em sua estrutura, além de possibilitar a inclusão da linguagem artesanal”, explica a artista.

Além do mobiliário, Márcia propõe uma série de objetos artesanais, que fundem técnicas tradicionais, como o filé e a cestaria. Assim, os plásticos descartados são transformados em objetos como divisórias, biombos, florais, que dão acolhimento aos ambientes propostos.

“É um prazer ver uma nova marca surgir no mercado, se posicionando de forma propositiva com relação ao meio ambiente e à formação e profissionalização de jovens. Espero que as pessoas se abram para experiência de se relacionar com esses produtos, que trazem a proposta de associar um design de alto padrão com a utilização de materiais reciclados”’, avalia Ganem.

Serviço:

O quê: Lançamento do Iaô Design

Quando: quarta-feira (dia 3 de agosto), às 18h30

Onde: Teatro Eva Herz – Salvador Shopping