Projeto de contação de história busca incentivar a valorização da ancestralidade

Incentivar a leitura e valorizar a herança ancestral brasileira através da contação de histórias, esse é o intuito do projeto Ponto.Con.to. Durante um mês, até 27 de novembro, quatro vídeos de lendas, contos e poemas, que tragam a matriz afro ameríndia para o centro do debate, serão liberados no Instagram @nucleopontoconto e no canal do Núcleo Ponto Conto no YouTube, além de oferecer uma oficina de contação de histórias, ministrada pelo grupo baiano. O acesso é gratuito e o material contará com tradução para libras.  

Protagonizados e roteirizados pelos contadores Brenda Mariana, Clay Sabino, Débora Albuquerque, Maurício Pedrosa e Michele Lima, as histórias buscam ir além do preconceito que invisibiliza na nossa sociedade, há décadas, as nossas matrizes. Para isso, encenações sobre o Mito da Criação, tanto africana como ameríndia e das lendas do Tucano e do Tambor Africano, por exemplo, serão apresentadas de forma lúdica.

“Nossa intenção é incentivar o hábito da leitura e demonstrar a riqueza contida na cultura brasileira, reutilizando e ressignificando elementos geralmente desprezados, unindo arte e sustentabilidade”, explica Débora Albuquerque, uma das contadoras e produtora do projeto. A artista, inclusive, já tem uma história preferida: “A Galinha D’Angola”. “É uma lenda emocionante, que fala de persistência, de não desistirmos das coisas por conta de um obstáculo ao mesmo tempo que traz a beleza da ave vinda da África”, vibra.

Das 15 obras escolhidas para o Ponto.Con.to, três são poemas autorais escritos e contados por Brenda Mariana. São eles: Deságue, Diversidade e Descanso. “Meus poemas foram feitos inspirados no cunho social do nosso projeto ao falar da realidade de muitas pessoas nordestinas. Em Deságue, por exemplo, pensei na população negra que sofre uma pressão social e psicológica muito grande. Diariamente vemos notícias de pessoas negras morrendo, fora o racismo estrutural. Sendo assim, incentivo que as pessoas deságuem para além de toda essa pressão. Porque o choro, muitas vezes, é visto como sinal de fraqueza, mas não é. É necessário para que a gente possa aliviar toda essa carga”, detalha Débora.

Contemplado no edital 01/2020 – Premiação Aldir Blanc Bahia/Prêmio Fundação Pedro Calmon, grande parte da equipe de Ponto.Con.to é oriunda do projeto de extensão Dom Quixote: Biblioteca Andante, da Universidade Federal da Bahia (UFBA). Tal ação promove a multiplicação de leitores, compreendendo que o acesso à leitura e o aprimoramento da comunicação auxiliam na integração social e no rompimento da histórica segregação do conhecimento.

Serviço:

O quê: Projeto de contação de história Ponto.Con.to

Quando: até 27 de novembro

Onde: Instagram do @nucleopontoconto e canal do Núcleo Ponto Conto no YouTube

Quanto: Gratuito

Classificação indicativa: Livre

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