Nova Comissão Julgadora já avalia espetáculos concorrentes ao Prêmio Braskem de Teatro em 2018
Enquanto os vencedores do 25º Prêmio Braskem de Teatro não são revelados, uma nova Comissão Julgadora já trabalha, desde o dia 10 de abril, avaliando os espetáculos concorrentes à 26ª edição da mais tradicional premiação do teatro baiano. Os cinco renomados profissionais ligados às artes cênicas estarão atentos até o dia 23 de dezembro, em todas as produções teatrais em cartaz em Salvador. Este ano, integram a comissão que irá eleger os destaques de 2018: Adelice Souza, diretora teatral, dramaturga e escritora; Fernanda Tourinho, produtora cultural; Fernando Marinho, músico, ator, diretor, artista visual e presidente do Sindicato dos Artistas e Técnicos em Espetáculos de Diversões do Estado da Bahia (SATED Bahia); Paulo Henrique Alcântara, dramaturgo, diretor teatral e professor doutor da Escola de Teatro da UFBA; e Zuarte Júnior, artista plástico e cenógrafo.
“Estar na comissão julgadora possibilita ter uma noção ampla de como anda o cenário teatral baiano no momento”, afirma Adelice Souza, que participa pela quarta vez da Comissão Julgadora do Prêmio Braskem de Teatro. Para o estreante na comissão, Zuarte Junior, a expectativa “é de ter um panorama real do reflexo atual do teatro feito na Bahia”. Sentimento comum a Paulo Henrique Alcântara, que integra a comissão pela terceira vez. “Estou com expectativa de sair muito de casa para ir, diversas vezes, aos teatros de Salvador, como indicativo de que essa arte, na nossa cidade, está pulsando, apesar de todas as dificuldades”, deseja o dramaturgo.
Para Fernando Marinho, o Prêmio Braskem de Teatro, que em 2018 completa 25 anos, é “um importantíssimo reconhecimento pela produção teatral baiana”. Opinião compartilhada por Fernanda Tourinho: “considero o Prêmio importantíssimo para o cenário baiano. Ele incentiva as produções, movimenta a cena, agrega valor ao trabalho dos indicados, revela talentos, chancela trabalhos. São 25 anos do Prêmio e sua manutenção deu provas da força da linguagem artística na Bahia”, garante a produtora cultural.
“O Prêmio é válido como estímulo aos talentos emergentes e como reconhecimento de trajetórias de artistas com larga experiência”, garante Paulo Henrique, afirmado ainda que a trajetória da premiação, confunde-se com a história do teatro baiano ao longo desses 25 anos. “Pelo histórico do Prêmio Braskem, é possível constatar como o teatro baiano se desenvolveu durante esse longo período” afiança. Para Zuarte Júnior, “a premiação torna-se um agente impulsionador, um reforço nesse trilhar tão árduo, onde cada vez se torna mais difícil produzir espetáculos. É união da classe e reconhecimento. Significa intensificação do fazer teatral Baiano”.
A diretora teatral Adelice Souza ressalta, também, a característica festiva do Prêmio Braskem de Teatro. “A festa de premiação também é um momento muito importante. Dia impar onde a classe teatral se vê, se reconhece. Com muitas montagens e os artistas em cena nos horários comerciais, a festa de premiação se torna uma grande oportunidade de encontro e celebração”, lembra Adelice. A coordenação da Comissão Julgadora continua a cargo de Vadinha Moura, atriz, diretora, produtora teatral, gestora cultural e arte educadora. Mais informações podem ser obtidas pelo e-mail coordenacao@premiobraskemdeteatro.com.br.
BREVE CURRÍCULO DOS JURADOS
- Adelice Souza
Diretora teatral, dramaturga, escritora, instrutora de yoga e doutora em Artes Cênicas pela Universidade Federal da Bahia (Ufba). Encenou Hamlet-Machine (1997), A Balsa dos Mortos (1998),De Alma Lavada (1999), Red não é vermelho (2001), Na solidão dos Campos de Algodão (2003/2004), Fogo Possesso, de sua autoria (2005); Metamorphos-in (2006), adaptação sua para o conto de Kafka e Jeremias, Profeta da Chuva (projeto do Núcleo do Teatro Castro Alves 2009). Em 2013, encena Kali, senhora da dança (2013/ 2017), drama-oração com artes cênicas e yoga, fruto de suas pesquisas acadêmicas. Escreveu os livros de contos As Camas e os Cães (2001), Caramujos Zumbis (2003), Fogo Possesso (teatro, 2005), Para uma certa Nina (2009) e o romance O homem que sabia a hora de morrer (2012), Kali, senhora da dança (teatro, 2013) e os infantis Adestradora de Galinhas (2014) e Cecéu, poeta do céu (2015).
- Fernanda Tourinho
Formada em Psicologia pela Universidade Federal da Bahia (Ufba), Fernanda Tourinho é produtora cultural com atividade na Bahia há 35 anos. Foi diretora Geral da Fundação Cultural do Estado da Bahia (2015-2017), conselheira de Cultura da Bahia (2015-2017), gestora do Teatro Jorge Amado por 17 anos (1997-2015), coordenadora do Centro de Formação do Projeto Axé por 18 anos (1994-2012) e produtora executiva do Balé Teatro Castro Alves (BTCA) por 9 anos (1988 a 1997). Atualmente está responsável pela coordenação de pautas do Teatro Jorge Amado e é consultora do Projeto Teatro Escola Jorge Amado. Presta consultoria ao Programa Neojiba e assina a produção executiva dos espetáculos O Circo de Só Ler, vencedor do Prêmio Braskem na categoria Espetáculo infantojuvenil em 2014; e Escândalo, A Comédia da Mulher Só, em sua 7ª Temporada.
- Fernando Marinho
Músico, ator, diretor, artista visual e diretor de produção, atuando no Brasil e no exterior desde a década de 1970 com desempenho nestas funções em dezenas de espetáculos de teatro, dança, circo, música, artes visuais, e diversos outros eventos na área cultural. Foi um dos fundadores da Companhia Baiana de Patifaria, gestor público por mais de oito anos, é o curador do Festival de Música Instrumental da Bahia, coordenador Geral da Associação Instrumental da Bahia, atualmente exerce o seu terceiro mandato como presidente do Sindicato dos Artistas e Técnicos em Espetáculos de Diversões do Estado da Bahia (SATED Bahia), e também é presidente do Conselho de Administração da Aliança Francesa de Salvador.
- Paulo Henrique Alcântara
Dramaturgo, diretor, professor doutor da Escola de Teatro da UFBA e pesquisador, com artigos e livros publicados na área das artes cênicas e audiovisual. Em 1998 encenou o primeiro texto de sua autoria, Lábios que Beijei, com Nilda Spencer e Wilson Mello. Com este trabalho recebeu o Prêmio Braskem de Teatro, como Melhor Espetáculo de 1998, além do Prêmio de Melhor Autor, o qual voltou a receber, mais uma vez, em 2011 pela peça Partiste. Em 2016 dirigiu A Lira dos Vinte Anos, de Paulo César Coutinho e em 2017 escreveu e dirigiu Sublime é a noite, para os formandos em interpretação teatral da Escola de Teatro da UFBA. Esse espetáculo recebeu duas indicações ao Prêmio Braskem de Teatro em 2017, nas categorias: Atriz para Júlia Anastácia e Especial para os figurinos de Agamenon de Abreu.
- Zuarte Júnior
Artista plástico graduado pela Universidade Federal da Bahia (Ufba) em 1987, atua como cenógrafo e figurinista. Já realizou diversas montagens junto ao Núcleo de Teatro do Teatro Castro Alves (A Vida de Galileu, Os Iks, Hamlet, Dias de Folia), com o Bando de Teatro Olodum (Sonhos de uma Noite de Verão, Áfricas, Bença), e em outros trabalhos como Lampião e Maria Bonita,Bispo, A Paixão de Cristo, Camila Baker, Joana D’Arc, Murmúrios, O Amor Comeu, Uma Vez Nada Mais, entre outros. Com vários trabalhos premiados, também realiza cenografias para shows musicais e direção de arte para cinema, além de ministrar cursos de cenografia e figurino e de investigação da Criatividade. Tem trabalhos realizados em música e poesia.