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O chato da turma
O chato da turma

É sempre assim. Entra ano e sai ano. Não importa se no ginásio, 2° grau, na faculdade ou no trabalho. Ele estará lá, ao seu lado. O odiado “colega chato”. Aquela “mala sem alças”, que critica todos a sua volta. Para ele, tudo o que você faz não está bom, mesmo que não consiga fazer melhor. O trabalho sempre estará faltando algo, sua apresentação não será suficientemente explicativa na opinião dele ou você não penteia o cabelo do jeito que ele acha que ficará melhor. É ele que fica ao seu lado, quando você está dirigindo, te dizendo qual o melhor caminho a seguir, mesmo que você já conheça o trajeto décor.

Não lembro o ano em que não tive que conviver com alguém assim, seja homem ou mulher. Na verdade, mulheres são naturalmente mais chatas do que os homens. Deve ser pelo fato dos hormônios se revoltarem com elas uma vez por mês.

O chato sempre se fantasia de melhor amigo e quando indagado o porquê de tantas criticas a seu respeito, sorridente e com a cara de pau, típica de quem só usa no rosto como “hidratante” óleo de peroba, diz que “são criticas construtivas!”. Construir é uma coisa, demolir é outra completamente diferente. Se bem que o engenheiro do Palace II, no Rio não sabe a diferença até hoje.

Existem várias formas de se falar algo que lhe incomoda em um amigo ou colega. Procure sempre analisar para ver como a pessoa receberá a crítica, se ela tem fundamento e se afeta outras pessoas. Porque, se você for o único atingido, como diz o dito popular “incomodados que se mudem”. E se depois dessas dicas o relacionamento com o seu (sua) colega chato(a) não melhorar reflita se não é você que está envelhecendo e ficando chato.

*Texto de Rafael Veloso, publicado originalmente no Guia Semanal de Ideias, do Caderno Dez!, do jornal A Tarde, em 4 de setembro de 2003.

Sílvio Benevides lança livro de contos "Histórias de Pindorama"
Sílvio Benevides lança livro de contos “Histórias de Pindorama”

O mestre em Ciências Sociais pela Universidade Federal da Bahia (UFBA), Sílvio Benevides, lança o livro de contos Histórias de Pindorama. A noite de autógrafos será, nesta quinta-feira (dia 21), às 19h, no Salão Oxalá do Centro de Convenções da Bahia, em Salvador.

Sílvio Benevides é professor das disciplinas Realidade Brasileira e Realidade Regional da Faculdade Integrada da Bahia (FIB) e coordenador da Linha de Pesquisa Estado, Sociedade e Democracia do Núcleo de Pesquisa da instituição. A publicação é da Editora FIB e tem 74 páginas.

Serviço:

O quê: Lançamento do livro Histórias de Pindorama, de Silvio Benevides

Quando: nesta quinta-feira (dia 21), às 19h

Onde: Salão Oxalá do Centro de Convenções da Bahia (Av. Simon Bolivar, s/nº, Jardim Armação)

Quando os melhores amigos fizerem greve - Por Rafael Veloso
Quando os melhores amigos fizerem greve

É sempre assim. Quando as pessoas acabam seus relacionamentos, procuram os “melhores amigos” e eles têm a obrigação de estarem à disposição para ouvirem suas lamentações e a célebre promessa de que: “essa será a última vez que sofro por amor!”. Mas, esquecem de que quando estava tudo bem, quando o namoro ia de vento em popa, o seu amigo (a) estava lá, no mesmo lugar. A espera de uma ligação sua, de um convite para passear no shopping, de um bate papo, de um pretexto para se veem e matarem as saudades.

Mas, você só tinha olhos para seu novo amor. Todos os segundos do seu dia ainda era pouco tempo para ser dedicado a quem te deixava cego de amor. Quando estamos com alguém, não sabemos administrar o nosso tempo, arranjando um espaço para encontrar os amigos de vez em quando e acabamos deixando de lado as amizades feitas na infância e passamos a venerar os amigos do casal.

Vejo que atualmente o principal problema entre os casais é o não saber ceder. Ou o ceder demais de uma só das partes. Exemplo disso é quando o namorado chega para a garota e diz que vai ao show daquele grupo de rock’n’roll que ele é fã. Ela odeia este estilo musical, mas só para estar ao lado dele, desiste do espetáculo de balé que estava programando durante toda o mês e para o qual já havia comprado os ingressos – enfrentando uma fila gigantesca.

Será que não é possível se ter momentos agradáveis sem estar ao lado da pessoa que amamos? Será nesse exemplo acima, a garota não se divertiria muito mais indo ao espetáculo que aguardava com tanta ansiedade com uma amiga, enquanto o namorado curtiria o som de seus ídolos com a sua turma?

Porque temos que entrar num ritmo de escravidão e só sairmos com aquela pessoa? A diversidade é maravilhosa. Porque não conversarmos com pessoas diferentes, irmos a lugares novos, ouvirmos músicas novas, fazermos coisas diferentes sempre que possível.

Parece simples. Mas, realmente é simples. Precisamos aprender a dividir para somar no final. É necessário só que aja confiança entre ambas as parte. O equilíbrio se alcança quando a relação se encontra em nível maduro, onde a fidelidade do casal não seja posta a prova. Afinal de contas, os homens não querem namorar nenhuma cópia da “Heloísa” – personagem da atriz Giulia Gam, na novela Mulheres Apaixonadas, de Manoel Carlos.

Outro erro comum aos amantes é em relação ao antigo amor. Não tenho que mudar o meu comportamento em relação às garotas que já namorei, porque minha atual namorada tem ciúmes delas e não acha esse tipo de relacionamento legal. Como vamos apagar uma pessoa que em um determinado tempo foi o que de mais importante aconteceu em nossas vidas?

Afinal, como esquecer um passado – não muito distante -, e simplesmente achar que aquela pessoa que estava com você nos momentos mais difíceis de sua vida não existe mais, pelo simples fato de vocês não estarem mais namorando? Sei que o brasileiro tem memória curta, mas aí já é demais. Querer renegar o passado é ser infantil o suficiente para não aproveitar os erros e tirar uma lição proveitosa disso.

A mesma coisa acontece com os amigos. Tenho um conhecido, que considero meu melhor amigo. Mas, no momento em que mais precisei, não pude contar com ele. Mesmo assim, não posso renegar o valor que teve em minha vida. Em outros momentos, me indicou os melhores cominhos a seguir.

Pergunto-me o que acontecerá quando estivermos arrasados, com aquele problemão e procuramos nossos velhos (e bons) amigos e descobrirmos que eles estão em greve. Exigindo melhores condições de relacionamento, um aumento substancial na porcentagem de atenção, o direto ao vale confiança e ao ticket lamentações. Ai, nesse momento, é que reconheceremos quem tanto nos auxilia a driblar as barreiras que a vida nos impõe.

Coração Teimoso

Quando há verdadeiramente Amor, a gente aprende a ceder. (Rafael Veloso)

São 0h22 de 23 de junho de 2003.

Saudade. Resquícios de um amor, que insiste em existir e persisti em movimentar meu coração, numa batida frenética, desenfreada e descompassada. Insistir em te amar é sinônimo de me machucar. Querer sofrer novamente tudo o que vivi.

Dor. Dor de não te ter ao meu lado. Você, quem eu tanto amei e que tanto mal fez ao meu coração. Aperto. Um grito abafado em minha garganta.

A eterna esperança – a inútil esperança – de ter o seu amor. De ter você em meus braços. A utopia de ter, nem que seja por alguns segundos, a confirmação do teu amor por mim. A certeza de que você sente um terço do amor que um dia eu senti. Sinto?!, não sei.

Encontrei em você a minha perdição. Escrevo. Escrevo, como se quisesse extrair essa dor que pouco a pouco dilacera meu peito. As palavras deslizam do meu coração e como uma enxurrada, se espalham pelo papel, até poucos instantes em branco.

Que poder você exerce sobre mim. Que força é essa que me prende a você. Esse amor vai acabar me matando. Amor, que corrói a minha vontade de viver. Que sentido tem a vida longe de te, longe da sua mão a me afagar, do calor do seu corpo, do gosto doce de seus lábios.

Saudades daquele beijo, que parecia sugar minh¿alma. Beijo que levou minha essência. Me sinto vazio. Saudade – palavra e sentimento que abala e destroi todas as minhas estruturas.

Tenho que lutar contra esse amor. Não quero ser masoquista e me atirar ao sofrimento de amar sozinho. Não quero voltar a acordar do nada, desesperadamente pensando em você, derramar lágrimas pela sua indiferença. Como pode ser tão insensível a ponto de propositalmente, covardemente me enganar.

Força é o que precisarei para seguir lutando contra a ferocidade desse amor. Amor, que assusta pela intensidade. Não posso mais me deixar apaixonar assim. Não posso ficar a mercê de um coração que não tenha amor para dar.

A solução para isso é aprender, mas aprender realmente, a mim amar em primeiríssimo lugar. Fácil? Não! Nada na minha vida é fácil. Mas, serei resistente. Não farei da resignação a palavra de ordem de minha vida. Não dessa vez. Não mais!

*Salvador, 0h54 de 23 de junho de 2003.