Pesquisar por:
Documentário Rodrigo Velloso - Ternas Memórias - Foto: Arquivo pessoal
Documentário celebra vida de Rodrigo Velloso, filho mais velho de Dona Canô

Sem poder desfilar com o seu terno de reis pelas ruas de Santo Amaro da Purificação por conta da pandemia do novo coronavírus, Rodrigo Velloso será presenteado no seu aniversário, na próxima terça-feira (26), com o documentário que celebra sua vida; Rodrigo Velloso – Ternas Memórias. O curta-metragem de 39 minutos, dirigido pelo cineasta baiano Tau Tourinho, é uma homenagem a este santo-amarense, ex-secretário municipal de Cultura de Santo Amaro, ativista cultural e fundador do Terno de Reis Filhos do Sol.

A ideia do documentário surgiu quando o diretor cursava Cinema na Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB), na cidade de Cachoeira, no Recôncavo baiano. Em 2017 começaram as buscas por imagens que envolvem desde registros feitos pelo cineasta até filmagens inéditas da chegada de Caetano Veloso do exílio, em 1972, captadas e preservadas pelo cineasta Robinson Roberto. Os obstáculos impostos pela pandemia da Covid-19, que se abateu no mundo em 2020, lançaram novos desafios, mas, não impediram que o cineasta concluísse a obra a tempo, graças aos colaboradores Ana Vilas Boas e Carlos Dias da Silva, que abraçaram o projeto e se revelaram dedicados produtores.

No filme, as memórias do protagonista são evocadas a partir de trechos de músicas do seu irmão, Caetano Veloso, usadas para ajudar Rodrigo a relembrar fatos e curiosidades da cidade de Santo Amaro da Purificação, da infância e de vivências familiares ambientadas na história do Brasil e do mundo. Entre os destaques do filme estão histórias do “Terno de Reis Filhos do Sol”, grupo cultural criado há 67 anos por Rodrigo e amigos, que se tornou uma tradição que movimenta toda a cidade.

Rodrigo Velloso – Ternas Memórias é uma produção independente na qual Tau Tourinho uniu profissionais como Danilo Martins (Artes Visuais-UFRB) que comandou a técnica e a edição, Jamberê Cerqueira (UFBA-Neojiba) que assina a música do filme, além de  produtores de audiovisual do Recôncavo baiano, veteranos e iniciantes, em uma obra fílmica onde coloca em prática as experiências criativas, autorais e acadêmicas. Seu lançamento no dia 26 de janeiro, mais do que um presente, é uma homenagem e agradecimento a Rodrigo Velloso por sua importante presença na cena cultural baiana.

De casa para as ruas com a mesma fé

O Terno de Reis Filhos do Sol foi criado em 7 de janeiro de 1954, quando os pais de Rodrigo comemoraram 24 anos de  casados. Após o falecimento de seu pai, José Telles Velloso, em 1983, o terno não desfilou por três anos, mas os festejos recomeçaram depois com o mesmo envolvimento entusiasmado de D.Canô, familiares e amigos.

De festa familiar organizada por Rodrigo com o apoio de irmãos e amigos, a manifestação ganhou uma dimensão pública, e hoje integra o calendário das atividades culturais de Santo Amaro, atraindo moradores e turistas, preservando a tradição da celebração aos Três Reis Magos, herdada dos colonizadores portugueses.

Exposição Ser Feliz é Para Quem Tem Coragem, em homenagem a Dona Canô, na Caixa Cultural Salvador - Foto: Ulisses Dumas
Últimos dias da exposição em homenagem a Dona Canô na Caixa Cultural Salvador

Um convite à cidade de Santo Amaro da Purificação, no Recôncavo baiano, e à casa – sempre de portas abertas – da família Velloso, a exposição Ser Feliz É Para Quem Tem Coragem fica em cartaz até o dia 27 de maio, na Caixa Cultural Salvador, no Centro Histórico da capital baiana. A mostra homenageia Claudionor Viana Teles Velloso (1907 – 2012), ou simplesmente Dona Canô, uma das mais notáveis mulheres centenárias da Bahia. Ser Feliz É Para Quem Tem Coragem reúne objetos pessoais, fotografias, textos, canções, poemas, vídeos e depoimentos que perpassam os 105 anos de vida da matriarca da família Velloso.

Visitada por mais de 8 mil pessoas, a exposição conta com seis espaços cenográficos, criados pela cenógrafa Ana Kalil, que retratam o casarão branco e azul da família Velloso, a Igreja Matriz de Nossa Senhora da Purificação e a feira da cidade. Com curadoria assinada por Elaine Hazin, Ju Velloso Mesquita e Tania Fraccaroli, a mostra traz peças importantes do acervo pessoal de Dona Canô.

Os destaques vão para a coleção de terços e um altar de orações da homenageada, além de fotografias raras da família, textos em verso e prosa assinados por filhos e netos, além de depoimentos em vídeo – inclusive com falas dos filhos ilustres Maria Bethânia e Caetano Veloso – exibidos em projeções mapeadas em pratos dispostos sobre uma grande mesa, que reproduz o quintal da casa de Canô, um dos espaços mais afetivos da exposição.

Serviço:
O quê:
Exposição Ser Feliz é Para Quem Tem Coragem
Quando:
 de terça a domingos, das 9h às 18h, até 27 de maio 
Onde: Caixa Cultural Salvador (Rua Carlos Gomes, 57, Centro)
Entrada: Gratuita
Informações:
 (71) 3421-4200
Classificação: livre

Exposição Ser Feliz é Para Quem Tem Coragem, em homenagem a Dona Canô, na Caixa Cultural Salvador - Foto: Ulisses Dumas
Exposição em homenagem a Dona Canô é aberta na Caixa Cultural Salvador

Está aberta para visitação gratuita, na Caixa Cultural Salvador, na rua Carlos Gomes, no Centro, a exposição Ser Feliz é Para Quem Tem Coragem. A mostra, inédita, homenageia Dona Canô, uma das mais notáveis mulheres centenárias da Bahia, símbolo da cidade de Santo Amaro, no Recôncavo Baiano, e matriarca da família Velloso. A exposição reúne objetos pessoais, fotografias, textos, canções, poemas, vídeos e depoimentos que perpassam os seus 105 anos de vida.

Com um convite à aprazível cidade baiana e à casa – sempre de portas abertas – dos Velloso, a exposição tem como nome a mais memorável das frases da homenageada, que transporta os visitantes para o universo simbólico de amor e fé dessa mulher que resume em si a força e a representatividade de um povo. Como em um bordado, os mais de cem anos de Canô são costurados em instalações multissensoriais delicadamente concebidas para a exposição.

A mostra conta com peças como objetos pessoais de Dona Canô, com destaque para a sua coleção de terços e um altar de orações, fotografias raras do acervo familiar, textos em verso e prosa assinados por filhos e netos, além de depoimentos em vídeo – inclusive com falas de Maria Bethânia e Caetano Veloso – exibidos em projeções mapeadas.

Lugares de afeto

Na ambientação, Ser Feliz É Para Quem Tem Coragem propõe um passeio, atento e sem pressa, à cidade de Santo Amaro e à morada de Dona Canô. Seis espaços se alinhavam numa costura cuidadosa de amor, fé, família e força feminina. Lá estão representadas as ruas e casas características de Santo Amaro, a Igreja Matriz de Nossa Senhora da Purificação, a Feira da cidade e, claro, a casa da família Velloso.

Os 105 anos de vida de Canô ganham um espaço dedicado: uma linha do tempo que se revela em reproduções de suas caixinhas de terço. No quintal da casa da Rua do Amparo, representado em um dos ambientes, o público pode sentar-se à mesa de refeições e alimentar a alma com depoimentos que revelam Canô aos olhos de filhos – entre eles Maria Bethânia e Caetano Veloso, netos e amigos. Em projeções mapeadas, os vídeos serão exibidos nos pratos dispostos à mesa.

O vídeo mapping está também no Teatro Dona Canô, que contará com projeções em tecido. A festa do Terno de Reis – para a qual a homenageada se dedicava fortemente todos os anos e que celebrava o seu casamento de mais de 50 anos com o esposo Zeca – também aparece com cores vibrantes e estandartes.

Menina centenária

Claudionor Viana Teles Velloso, a Dona Canô, nasceu em 16 de setembro de 1907, na cidade de Santo Amaro, pela qual tinha amor declarado. A vida alegre fez com que aos 105 anos ainda fosse, aos olhos de quem a conhecia de perto, uma menina que queria consertar o mundo. Mãe de oito filhos, entre biológicos e adotivos, viveu 53 anos de um feliz casamento com José Telles Velloso, o seu Zeca.
Inquieta, amorosa, festiva e atuante, cumpriu um importante papel social, político e cultural para todo o Recôncavo Baiano, tornando-se símbolo de sua cidade e referência de seu povo. A receptividade era um dom. Sua casa vivia de portas aberta para quem chegasse. Era entrar, comer algo, conversar e receber os conselhos do ‘bem viver’.

A cozinha era o ponto alto da casa, em meio às receitas de maturi. Lutou pela limpeza das águas do Rio Subaé, conseguiu reformar a Igreja Matriz e, graças à boa relação que mantinha com autoridades e personalidades, levou o nome de Santo Amaro para todo o país, tornando a cultura popular da região conhecida e valorizada.

Serviço:
Exposição: Ser Feliz É Para Quem Tem Coragem
Visitação: de terça a domingo (Até 27 de maio)
Horário: das 9h às 18
Local: Caixa Cultural Salvador (Rua Carlos Gomes, 57, Centro)