Artista plástico Samuel Cruz expõe obras de arte sacra feitas em papel jornal
O artista plástico baiano Samuel Cruz apresenta suas obras feitas exclusivamente em papel jornal, na mostra Histórias em Papel, exposta em Salvador. O público poderá conferir as peças inspiradas em arte sacra e retratos do cotidiano entre os dias 29 de setembro e 14 de outubro, nos dois pisos do Shopping Paseo, no bairro do Itaigara, na capital baiana.
No início, Samuel Cruz produzia suas obras com cimento, até que começou a desenvolver uma técnica com o jornal e encontrou o seu verdadeiro ofício. Ele ainda não vive de arte, trabalha com transporte de carreta, mas se sente realizado ao ver o impacto e reconhecimento do seu trabalho. “Me sinto lisonjeado com o que a arte tem me proporcionado. Ter as minhas emoções materializadas dentro da casa de cada pessoa me deixa muito feliz”, declara o artista.
Pela estrada ele ganha a vida, mas foi no papel jornal que o artista plástico Samuel Cruz reescreveu a sua trajetória. Carreteiro de profissão e artista de coração, transformou o seu apreço pelas artes sacras e a inspiração das cenas do cotidiano em arte. O menino nascido e criado na comunidade do Nordeste de Amaralina não deixou as dificuldades da vida afetar a sua sensibilidade. Ao contrário, usou as barreiras como força propulsora para retratar o que a vida tem de melhor. E foi essa beleza que Samuel aprendeu a moldar nas folhas de jornais.
Aliás transformar tragédias em oportunidades é o seu maior dom. Foi por conta de um acidente grave que o afastou do trabalho, atuando como carreteiro, que a sua vida mudou. Sem poder trabalhar, Samuel encontrou na arte um refúgio. “Aquilo me fez buscar meios para ocupar minha mente. E o que eu encontrei foi a arte”, revela o artista. Primeiro, como autodidata. Foi aprimorando a sua técnica com ajuda profissional, passou pelo extinto Instituto de Artesanato Visconde de Mauá, e não se acomodou. Hoje, cursando Licenciatura em Artes Visuais, o artista empresta o seu talento aos objetos que produz e vislumbra alçar voos mais altos para poder viver da arte.