Falar em jornalismo do futuro é sem sombra de dúvidas falar de uma nova geração de jornalistas que estão saindo dos bancos das faculdades e sendo lançados aos leões no mercado de trabalho, mais do que nunca competitivo e que mantém ao passar do tempo, uma certa dose de conservadorismo, apesar dos inúmeros avanços tecnológicos, cada vez mais constantes, principalmente com a invasão dos computadores nas tradicionais redações.
E foi a informatização das redações que acabou criando novas funções. Essa importante ferramenta, revolucionou o jornalismo nos anos 90. Dezenas de profissionais tarimbados das grandes redes de televisão e dos principais jornais de circulação nacional migraram para o jornalismo digital. Figuras conhecidas como Lillian White Fibe e Paulo Henrique Amorim, engrossam a listas dos profissionais que, se não migraram de vez, estão em vias de trocarem seus veículos de comunicação tradicionais pela Internet.
Mas não foi só a forma de comunicação que mudou com informatização, houve uma sensível mudança na linha editorial das grandes empresas jornalísticas. Os jornais se tornaram mais leves, com textos mais claros e objetivos, priorizando o mínimo de palavras para o máximo de compreensão. Lançando mão de ilustrações mais explicativas e a utilização de gráficos. Houve uma redução no tamanho das publicações em alguns centímetros, além da criação de canais de TV brasileiras por assinatura específicos de notícias durante 24 horas por dia, como a Globo News e o Band News.
Mas infelizmente, mesmo com tantos avanços tecnológicos e com a criação dessas novas mídias, as redações cada vez mais vazias, só fazem deixar claro que o espaço para os jornalistas continua pequeno e principalmente para os recém – formados. Esses, normalmente, tratados como escravos. Acredite se puder, tem estudante de Jornalismo, aqui na Bahia, estagiando para ganhar 75% do salário mínimo. Isso sem falar na jornada de trabalho que muitas vezes ultrapassa as cinco horas estabelecidas por lei.
Essa nova geração, onde me incluo, é que tem que mudar essa visão do mercado de trabalho, de que estudante de comunicação não tem que ter um salário no mínimo digno. Devemos exigir melhores condições de trabalho, liberdade de expressão e não sermos apenas instrumentos de políticos e empresários gananciosos que não querem distinguir um profissional de um equipamento tecnológico de sua propriedade.