Os espetáculos NAU, Histórias do Mundo e Arquivo Vivo integram a programação da Mostra Prêmio Braskem de Teatro no feriadão do Dia de Tiradentes, nesta quinta-feira (dia 21). Quem não assistiu ou quer rever as peças terá uma nova oportunidade até domingo (dia 24). A exibição é gratuita e o conteúdo estará disponível no canal da premiação no YouTube, com exceção da performance Arquivo Vivo, que pode ser conferida pelo link do Dropbox.
Essa é a segunda semana da Mostra, que segue até 15 de maio, retransmitindo todas as peças que concorrem ao Prêmio Braskem de Teatro. Os vencedores da premiação serão divulgados no dia 18 de maio, durante cerimônia de entrega do troféu. A mostra é promovida pela Caderno 2 Produções Artísticas e patrocinada pela Braskem e Governo do Estado, através do Fazcultura, Secretaria de Cultura e Secretaria da Fazenda.
Confira programação dessa semana da 7ª Mostra Prêmio Braskem de Teatro:
De quinta (21/04) a domingo (24/04)
Arquivo Vivo*
(Performance)
Como mergulhar na memória do teatro da Bahia atravessada pelo imperativo do distanciamento social? “Arquivo Vivo” é o trabalho que resulta deste desafio. Reunindo no elenco Claudia Di Moura, Diogo Lopes Filho, Fábio Osório Monteiro, Larissa Lacerda, Mônica Santana e Neto Machado, com direção de Jorge Alencar e codireção de Neto Machado, a peça constrói um arcabouço poético para manter a criação teatral em movimento, realizando práticas de ativação da memória em um ritual coletivo. O título do trabalho, “Arquivo Vivo”, dá materialidade ao seu formato e ao jeito como a plateia online poderá frui-lo: adentrar a obra significará acessar um link exclusivo em um dos funcionais serviços digitais para armazenamento e partilha de arquivos – a chamada “memória em nuvem”.
O espetáculo narra a história da Legião HZ, um grupo de energia de pessoas que viveram no Brasil pós-colonial, que pedem ao Sistema Solar para não voltar mais ao Brasil como seres humanos, pois todos os retornos anteriores foram desastrosos para eles. Como o pedido não foi atendido, em fúria, a legião decide descer ao Brasil, ainda como frequências, para observar como está o país e, a partir daí, desenvolver uma estratégia para nunca mais voltar, mesmo que isso implique em acabar com a terra.
Histórias do Mundão
(Espetáculo Infantojuvenil)
Histórias do Mundão é um espetáculo de contação de histórias que narra as memórias das irmãs Tina e Kekeu. Cansadas de só olhar o mundão através das telinhas, as meninas resolvem que é a hora de conhecer o diferente. E é, a partir daí, que elas embarcam numa aventura pela magia da leitura.
A sétima edição da Mostra Prêmio Braskem de Teatro reapresenta os espetáculos indicados à mais tradicional premiação das artes cênicas da Bahia. As peças concorrentes ficarão em cartaz no canal da premiação no YouTube, de 14 de abril até o dia 15 de maio. As apresentações serão gratuitas.
Com a mostra, o público tem a oportunidade de rever os trabalhos indicados ao prêmio, na categoria performance, espetáculo adulto e infantojuvenil. Ao todo, serão reapresentados 15 espetáculos: De como me tornei invisível para caber no meu espírito, Gota D’Água, Barcarola Encantada, Arquivo Vivo, NAU, História do Mundão, Omorfiá, Para-iso, Metamorfose, Corpo Presente, A Filha da Monga, Zumbindo, Alcantil, Ensaio para um Redenção e Um Corpo de Palavras.
A cada semana, três peças serão exibidas durante quatro dias (quinta a domingo), permitindo que o público defina o melhor momento para assistir, o que deixa a arte mais acessível. A Mostra Prêmio Braskem de Teatro é promovida pela Caderno 2 Produções Artísticas e patrocinada pela Braskem e Governo do Estado, através do Fazcultura, Secretaria de Cultura e Secretaria da Fazenda.
Confira programação da 7ª Mostra Prêmio Braskem de Teatro:
De quinta (14/04) a domingo (17/04)
De como me tornei invisível para caber no meu espírito
(Performance)
Numa dimensão pós-humana, as imagens travam uma guerra contra elas mesmas. Uma criatura precisa tornar-se invisível para sobreviver ou um vídeo-tese a partir de pesquisas e métodos do invisível no campo da arte, especificamente a performance, relacionadas diretamente ao Gênero Trans Não-Binário. É possível hoje a emancipação, me tornando invisível? É possível existir invisível? Uma experimentação íntima sobre processos desidentitários, sumiço e testemunha.
Gota D’água
(Espetáculo Adulto)
A peça Gota D’Água, texto teatral escrito por Chico Buarque e Paulo Pontes, ganha uma nova montagem contada a partir do ponto de vista dos dois personagens principais, Joana e Jasão. Ambientados em um cenário degradado que presentifica, através das cores, formas e texturas, traçando um paralelo simbolista com o Subúrbio Ferroviário de Salvador e o Porto das Sardinhas, traz à tona as questões sociais, culturais e as formas de resistência da população periférica.
Barcarola Encantada
(Espetáculo Infantojuvenil)
O “Grupo de Teatro de Bonecos Vira Toco”, da cidade de Rio de Contas na Chapada Diamantina Bahia, conta as histórias, mitos e lendas das águas do Rio São Francisco e da Chapada Diamantina nesse novo espetáculo. As histórias são narradas pela Vovó Sá Binidita, que viaja para a sua Romaria em Bom Jesus da Lapa e lá conhece Tõe, um menino do sertão que foge dos maus tratos e da seca. Com o sonho de ser tocador, Tõe pega seu violão e inicia sua jornada em uma barcarola encantada pelo Rio São Francisco, encontrando os seres encantados como o Caboclo D’água, Mãe D’Água, sereias e as carrancas.
De quinta (21/04) a domingo (24/04)
Arquivo Vivo
(Performance)
Como mergulhar na memória do teatro da Bahia atravessada pelo imperativo do distanciamento social? “Arquivo Vivo” é o trabalho que resulta deste desafio. Reunindo no elenco Claudia Di Moura, Diogo Lopes Filho, Fábio Osório Monteiro, Larissa Lacerda, Mônica Santana e Neto Machado, com direção de Jorge Alencar e codireção de Neto Machado, a peça constrói um arcabouço poético para manter a criação teatral em movimento, realizando práticas de ativação da memória em um ritual coletivo. O título do trabalho, “Arquivo Vivo”, dá materialidade ao seu formato e ao jeito como a plateia online poderá frui-lo: adentrar a obra significará acessar um link exclusivo em um dos funcionais serviços digitais para armazenamento e partilha de arquivos – a chamada “memória em nuvem”.
NAU
(Espetáculo Adulto)
O espetáculo narra a história da Legião HZ, um grupo de energia de pessoas que viveram no Brasil pós-colonial, que pedem ao Sistema Solar para não voltar mais ao Brasil como seres humanos, pois todos os retornos anteriores foram desastrosos para eles. Como o pedido não foi atendido, em fúria, a legião decide descer ao Brasil, ainda como frequências, para observar como está o país e, a partir daí, desenvolver uma estratégia para nunca mais voltar, mesmo que isso implique em acabar com a terra.
Histórias do Mundão
(Espetáculo Infantojuvenil)
Histórias do Mundão é um espetáculo de contação de histórias que narra as memórias das irmãs Tina e Kekeu. Cansadas de só olhar o mundão através das telinhas, as meninas resolvem que é a hora de conhecer o diferente. E é, a partir daí, que elas embarcam numa aventura pela magia da leitura.
De quinta (28/04) a domingo (01/05)
Omorfiá
(Performance)
Até onde estamos dispostos a ir para seguir um ideal de beleza que não é fiel a sociedade em que estamos inseridos? “Oμορφιά- Omorfiá” é um desabafo performático acerca da exagerada busca pelo padrão de beleza grego e o impacto nos corpos marginalizados e fora dos padrões.
Para-iso
(Espetáculo Adulto)
PARA-ISO propõe uma reflexão sobre o modo como o HIV/Aids e o COVID-19 têm atingido os corpos gays, numa tentativa de tecer uma correlação entre as epidemias que distam em 40 anos. Episódico, o espetáculo teatral remonta a trajetória de um homem gay, duplamente positivo, que vem a óbito, a partir da visão de cinco personagens que têm suas vidas atravessadas por Ele e na noite de seu velório, ao se encontrarem na Casa PARA-ISO, residência d’Ele, transbordam as memórias que o afirmam.
Metamorfose
(Espetáculo Infantojuvenil)
O espetáculo apresenta a rotina diária de um senhor sertanejo, vivendo as dificuldades da seca que assola o sertão. Em seu universo imaginário particular, ele vive em total isolamento e relaciona-se com elementos da natureza ao seu redor. Durante esse processo de solidão, descobre a dor da perda e a possibilidade de imergir em um processo de transformação do ser por meio desta interação, que resulta na descoberta de um mundo além das fronteiras da imaginação.
De quinta (05/05) a domingo (08/05)
Corpo Presente
(Performance)
A atriz Carla Lucena mergulha em seu íntimo na cena performática “Corpo Presente” para buscar suas memórias e reconhecimento de alteridade ao lembrar do rito de passagem de sua mãe. A atriz realiza todas as ações da cena, luz, sonorização, interpretação e com apenas uma câmera parada e sentada em sua escrivaninha redige cartas endereçadas a sua mãe, mas sem retorno. As cartas são escritas quando ela recebe a notícia de seu falecimento e precisa lidar de modo direto e prático com essa realidade.
A Filha da Monga
(Espetáculo Adulto)
O espetáculo A filha da Monga narra a história de uma jovem que faz o papel da mulher que vira monstro e se torna a principal atração do parque de diversões de uma cidade do interior. Entre a realidade e a imaginação, a trama percorre a jornada de afetos da história dessa mulher.
Zumbindo
(Espetáculo Infantojuvenil)
O musical traz o encantamento e a contemplação da cultura Iorubá e aspectos da tradição Bantu – nação predominante no quilombo alagoano – a partir da trajetória de Flor, uma menina negra, tal qual Dandara, que conhece Palmares através das histórias contadas por sua mãe. Através da ludicidade e do saber compartilhado, a protagonista da história transforma o guerreiro Zumbi no seu amigo imaginário.
De quinta (12/05) a domingo (15/05)
Alcantil
(Performance)
O espetáculo narra a vida solitária de um humano, preso numa redoma de elétrons da rede cibernética, em que tem como única companhia uma TV de sua casa e um ventilador, o qual começa a chamar de Doutor e o humaniza, numa espécie de “psicanalista inanimado”, narrando suas disforias. O espetáculo performativo, afoito e fragmentado, traz questões como o corpo-ciborgue, a rede social virtual, a realidade, a ficção, o simulacro e os modelos líquidos das relações contemporâneas, numa variação de linguagens e estéticas
Ensaio para uma Redenção
(Espetáculo Adulto)
[Ensaio] para uma Redenção traz a jornada de Mané, que em meio às suas peripécias, se perde da sua cidade natal. Na busca pela sua querida Redenção, se defronta com diversos personagens que promovem diálogos sobre a vida e morte, pertencimento e resistência, igualdade, amor e guerra e a complexa arte de viver em sociedade.
Um Corpo de Palavras
(Espetáculo Infantojuvenil)
O espetáculo de teatro de sombras “Um Corpo de Palavras” conta a história de uma menina chamada Paula, cujo corpo se cobria de palavras sempre que ouvia dos adultos rótulos e julgamentos que diziam quem ela era ou deveria ser. O espetáculo pretende levar a reflexão sobre o poder das palavras-rótulos que são usadas desde a mais tenra infância, para julgar as crianças como “birrentas, chatas, teimosas, boas ou más”, de forma a conduzir o olhar delas sobre ela as mesmas durante toda a vida. O espetáculo pretende ainda provocar pais, jovens e crianças para juntos olharem para a própria comunicação e para os conflitos familiares que ficaram tão explícitos durante o isolamento social da pandemia.
A Comissão Julgadora do 28º Prêmio Braskem de Teatro anunciou, nesta sexta-feira (dia 18), a relação dos espetáculos e artistas indicados como destaque na cena teatral baiana. A tradicional premiação das artes cênicas avaliou as peças online inéditas produzidas por grupos baianos entre janeiro de 2020 e dezembro de 2021. Essa edição chega com dois importantes diferenciais: a liberdade geográfica e inclusão de uma nova categoria na premiação.
Com a avaliação das peças remotamente, as fronteiras geográficas foram dissolvidas, permitindo que espetáculos de todo estado fossem analisados e indicados em qualquer categoria. “O formato de avaliação dessa edição tornou o prêmio ainda mais inclusivo, garantindo a participação completa da classe artística baiana”, pontua Ana Laura Sivieri, diretora de marketing e comunicação da Braskem, que patrocina a premiação em parceria com o Governo do Estado, através do Fazcultura, Secretaria de Cultura e Secretaria da Fazenda.
A nova categoria da premiação avaliou a performance artística, como uma forma de reconhecer essa expressão que faz parte das artes cênicas e tem uma produção significativa na Bahia. As demais categorias são: Espetáculo Adulto, Espetáculo Infantojuvenil, Direção, Ator, Atriz, Texto, Revelação e Categoria Especial.
Para escolher os destaques, foram analisados 80 espetáculos adultos, 22 infantojuvenis e 25 performances. A comissão julgadora é formada pelo dramaturgo, roteirista, ator e apresentador de TV Aldri Anunciação; pela pós-doutora em artes cênicas e professora da Escola de Teatro da Universidade Federal da Bahia Alexandra Dumas; pelo ator-performer, autor, diretor, professor e produtor Fabio Vidal; pelo artista, pesquisador e curador Felipe Assis e pela produtora e gestora cultural Virginia Da Rin.
Os vencedores serão apresentados durante cerimônia, que revelará os destaques do teatro baiano em 2020 e 2021. Além do troféu, eles vão receber um prêmio no valor bruto de R$ 30 mil para as categorias Espetáculo Adulto e Espetáculo Infantojuvenil, cada, e de R$ 5 mil cada para os demais vencedores. O Prêmio Braskem de Teatro é uma realização da Caderno 2 Produções com patrocínio da Braskem e Governo do Estado, através do Fazcultura, Secretaria de Cultura e Secretaria da Fazenda.
CONFIRA OS INDICADOS AO 28º PRÊMIO BRASKEM DE TEATRO:
O espetáculo solo Medeia Negra retorna em curta temporada presencial no Teatro Sesc Pelourinho, em Salvador, marcando a retomada das atividades com público no espaço cultural da capital baiana. A premiada montagem volta em cartaz para celebrar esse momento e os três anos de estreia do espetáculo. Medeia Negra, estrelado pela atriz Márcia Limma, recria o mito grego para os contornos reais da voz, do corpo e do pensamento de uma mulher negra. A temporada acontece nesta quinta, sexta e sábado (dias 2, 3 e 4) e na próxima sexta e sábado (dias 10 e 11), às 19h, com ingressos a R$40 (inteira) e R$20 (meia entrada).
A temporada marca a retomada das apresentações presenciais em Salvador, que foram autorizadas pela prefeitura no último dia 9 de agosto com novas medidas de segurança para evitar a transmissão da Covid-19. O Teatro Sesc Pelourinho terá a capacidade reduzida em 40%, com apenas 60 espectadores por apresentação, seguindo o distanciamento entre o público e também entre artistas e plateia, além de controle de temperatura no acesso ao teatro.
Durante a pandemia, Medeia Negra foi visto por mais de 6 mil pessoas de todo o País em formato on-line pela plataforma SESC Em Casa. O espetáculo também foi apresentado em festivais no Uruguai, Alemanha e Portugal, além de São Paulo, Ceará e diversas cidades do interior da Bahia em 2018. No ano seguinte, Márcia Limma foi indicada ao Prêmio Braskem de Teatro 2019, na categoria melhor atriz.
A narrativa expõe as opressões da mulher negra em diferentes lugares de fala e tempos históricos, como um grito contundente contra a estrutura social que a marginaliza, julga e aprisiona. Com elementos musicais, do jazz e blues americanos, referências políticas e da intelectualidade negra, como Ângela Davis, Djamila Ribeiro e Grada Kilomba, a peça provoca o público a refletir sobre o seu lugar no processo de descolonização dos mitos e práticas patriarcais e racistas.
O espetáculo foi fruto da pesquisa da atriz no Mestrado em Artes Cênicas, na Universidade Federal da Bahia (UFBA), e envolveu mulheres em situação de encarceramento no principal complexo penal de Salvador. As internas participaram das oficinas teatrais conduzidas por Márcia Limma. Em uma delas, após estudar diferentes versões do mito, as internas escreviam cartas à Medeia. As emoções e desejos registrados nessa ‘troca de mensagens’, assim como referências do dia-a-dia das mulheres, fazem parte da dramaturgia.
“São histórias de uma Medeia que foi enegrecida a partir dessa convivência. Nós partimos do clássico de Eurípedes, mas trazemos contornos reais a partir deste corpo negro e da convivência com mulheres criminalizadas. Isso justamente para colocar o feminismo negro no protagonismo da cena”, explica a atriz.
Desde o início do espetáculo a plateia é tensionada pelo binarismo masculino e feminino. Ao centro, Márcia Limma reverencia a religiosidade afrobrasileira e contrapõe a tradição grega a arquétipos das divindades como Nanã, Iansã, Exu e Omolu na construção do corpo-político que evoca o poder das mulheres de reagir às violações e lutar pela libertação de todo um povo. A cenografia valoriza e destaca o trabalho da protagonista, recriando o universo mítico com elementos do afrofuturismo.
Quanto: ingressos a R$40 (inteira) e R$20 (meia entrada). Capacidade total do teatro reduzida para 60 lugares, a fim de garantir distanciamento entre o público.
Adaptado ao cenário atual de pandemia, com os teatros e espaços culturais fechados, o 28º Prêmio Braskem de Teatro vai avaliar os espetáculos on-line produzidos por grupos baianos. A novidade revela a capacidade de resiliência da mais tradicional premiação das artes cênicas na Bahia, reconhecendo que o teatro não parou de respirar e se manifestar mesmo nesse momento atípico provocado pela Covid-19.
“A classe artística foi duramente impactada pelas restrições impostas pela pandemia, mas mesmo assim se ressignificou e buscou novas formas de fazer arte. A Braskem acredita nessa capacidade de transformação das pessoas, por isso nosso esforço para continuar incentivando o teatro baiano e valorizando a força e dedicação dos artistas e de todos os profissionais que acompanham a cena teatral”, afirma Ana Laura Sivieri, diretora de Marketing e Comunicação da Braskem, que patrocina a premiação em parceria com o Governo do Estado, através do Fazcultura, Secretaria de Cultura e Secretaria da Fazenda.
O prêmio, que é realizado pela Caderno 2 Produções, contemplará peças baianas inéditas produzidas entre janeiro de 2020 e dezembro de 2021. Os espetáculos serão avaliados a partir desta quarta-feira (dia 1º/09), pela Comissão Julgadora formada pelo dramaturgo, roteirista, ator e apresentador de TV Aldri Anunciação; pela pós-doutora em artes cênicas e professora da Escola de Teatro da Universidade Federal da Bahia (UFBA) Alexandra Dumas; pelo ator-performer, autor, diretor, professor e produtor Fabio Vidal; pelo artista, pesquisador e curador Felipe Assis; e pela produtora e gestora cultural Virginia Da Rin.
Com as novas possibilidades proporcionadas pelo formato on-line, os jurados estão com boas expectativas para os novos espetáculos que chegam na cena teatral baiana. “Estamos testemunhando uma mudança de paradigmas e, portanto, acompanhando em tempo real as hesitações, contradições, dúvidas e soluções que têm ocupado os processos de criação e a pesquisa da linguagem”, avalia Felipe Assis. Para ele, apesar de perder as “soluções estéticas presenciais” que colocam público, artistas e obras no mesmo espaço físico, o ambiente on-line proporcionam recursos que podem apontar perspectivas reveladoras. “Acredito que, neste caso, podemos nos surpreender com os trabalhos e os novos pontos de contato que o teatro pode nos apresentar”, acrescenta.
Mais do que se adaptar ao novo suporte, a pós-doutora e professora Alexandra Dumas diz que os artistas conseguiram criar poéticas de encenação totalmente atravessadas pela imposição do distanciamento e isolamento social provocado pela pandemia. “Isso implica diretamente num panorama teatral contemporâneo com maior exploração e interseção de linguagens, pesquisas tecnológicas e experimentações corporais, interações cênicas com equipamentos de registros audiovisuais e de iluminação. Apesar de toda dificuldade, os artistas e criadores têm nos dado respostas interessantes”, explica.
Para Aldri Anunciação, essa edição do Prêmio Braskem de Teatro também terá a missão de balizar esse movimento experimental vivido pela arte cênica. “Acho muito importante abrir janelas de avaliação desse momento cênico on-line. Contribui como uma resposta técnica aos artistas que estão na cena on-line”.
As novas narrativas não são um desafio apenas para os diretores e atores, os jurados também terão que se ressignificar. “Devemos encarar como o compromisso de assistir e avaliar com outro olhar, diferente do olhar acostumado com o ambiente, o clima e a magia do palco-plateia. Será preciso estar aberto e atento ao que os recursos audiovisuais podem revelar e proporcionar”, pondera Virginia Da Rin.
Como todos os espetáculos serão assistidos remotamente, os trabalhos do interior vão concorrer as categorias da premiação juntamente com as peças dos grupos teatrais de Salvador. “É um processo de paridade de concorrência que se estabelecerá entre as produções do interior e da capital, que serão avaliadas pela mesma comissão”, comemora Fabio Vidal. Para ele, esse formato remoto também rompe as barreiras geográficas para o público. “Perdemos a potência cênica do contato físico e da presença do público, mas ganhamos a possibilidade de acesso a pessoas de diferentes lugares do Brasil e do mundo”.
Os trabalhos da 28º Comissão Julgadora do Prêmio Braskem de Teatro serão coordenados por Fernando Marinho, ator, diretor teatral, artista visual e presidente do Sindicato dos Artistas e Técnicos em Espetáculos de Diversões da Bahia (SATED/BA). Mais informações podem ser obtidas pelo e-mail comissao@premiobraskemdeteatro.com.br.
Aldri Anunciação, Virginia Da Rin e Felipe Assis fazem parte da comissão de jurados do PBT (Foto: Montagem)
Alexandra Dumas e Fábio Vidal completam o quinteto da comissão (Foto: Montagem)
O espetáculo Construção, do grupo Revolução Teatral, da cidade de Lauro de Freitas, Região Metropolitana de Salvador, é o vencedor da categoria Espetáculo do Interior do Prêmio Braskem de Teatro. A premiação é resultado da conclusão do 4º Festival de Teatro do Interior da Bahia, que iniciou suas atividades em janeiro de 2020, quando selecionou 12 das mais de 60 montagens inscritas, abrindo sua Mostra Competitiva.
Com a pandemia, a etapa de apresentações foi concluída no formato on-line entre maio e julho de 2021, tendo a comissão julgadora selecionado, então, os cinco espetáculos finalistas que, automaticamente, passaram a concorrer na categoria Espetáculo do Interior do Prêmio Braskem de Teatro. Vencedora, a montagem Construção é livremente inspirada no dia a dia dos operários da construção civil. Conflitos, peripécias e contradições são colocados em cena por meio da linguagem do teatro-circo. O espetáculo traz uma estética aproximada aos tons de cinza presentes no processo das grandes obras brasileiras.
A obra é resultado do processo de pesquisa do grupo baiano Revolução Teatral, que visa aprimorar a técnica de palhaçaria num mergulho aos tempos do cinema mudo e toda sua graça e poesia. Dessa maneira, busca revelar ao público todo o colorido existente neste universo cinza e duro do cotidiano das construções.
Nesta edição, o Festival de Teatro do Interior da Bahia, que tem patrocínio da Braskem e Governo da Bahia, por meio do Fazcultura, Secretaria da Fazenda e Secretaria da Cultura, também realizou oficinas gratuitas de dramaturgia e produção cultural, que aconteceram em encontros online no mês de maio de 2021.
A Comissão Julgadora do 4º Festival de Teatro do Interior da Bahia anunciou os cinco espetáculos finalistas e que concorrem agora ao Prêmio Braskem de Teatro. As montagens selecionadas que irão disputar a categoria Espetáculo do Interior são: A Travessia do Grão Profundo, de Irecê; Construção, de Lauro de Freitas; Nelson em Jogo, de Feira de Santana; Nem Tanto, Nem Tão Pouco, de Lauro de Freitas; e Rosas Negras, da cidade de Alagoinhas.
Nesta edição, mais de 60 espetáculos foram inscritos na etapa inicial de seleção do festival, sendo 12 selecionados para a mostra competitiva, que foi concluída no último domingo (dia 25/07). O vencedor será divulgado na próxima semana pela equipe do Prêmio Braskem de Teatro. O 4º Festival de Teatro do Interior da Bahia tem patrocínio da Braskem e Governo da Bahia, por meio do Fazcultura.
A programação do 4ª edição do Festival de Teatro do Interior da Bahia também contou com a realização de oficinas gratuitas de dramaturgia e produção cultural. As oficinas aconteceram em encontros on-line no mês de maio, ministradas por membros da comissão julgadora do festival. O dramaturgo e ator Luiz Antônio Sena Jr. ministrou a oficina O Texto Dramático e As Novas Dramaturgias; a produtora Lu Barreto realizou a oficina de Produção Cultural; e o ator e diretor Fábio Vidal abordou o tema Solo on-line Zoom – Atuação e processo criativo.
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