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Artista plástico baiano Tatti Moreno morre aos 77 anos
Artista plástico baiano Tatti Moreno morre aos 77 anos

O artista plástico baiano Tatti Moreno morreu na tarde desta quarta-feira (dia 13), aos 77 anos, na sua residência, em Salvador. A causa da morte não foi divulgada. O velório será nesta quinta-feira (dia 14), às 11h30, no Cemitério Jardim da Saudade, na capital baiana. Tatti deixa esposa Gisele Fraga e três filhos, André, Gustavo e Paula. O artista ficou famoso por suas esculturas, como os 12 orixás flutuantes no Dique do Tororó, a do casal de escritores Jorge Amado e Zélia Gattai, no bairro do Rio Vermelho, e o Cristo com braços erguidos para o céu, em Lima, capital do Peru.

Em 2016, Tatti lançou um livro biográfica retratando seus mais de 50 anos de carreira. Fruto de um estudo cronológico realizada pela esposa do artista Gisele Fraga e que durou três anos, A Arte de Tatti Moreno foi escrito por Claudius Portugal e destaca a trajetória do artista plástico baiano, iniciada ainda aos 12 anos de idade. Dos bonecos da infância, feitos de arame, cola e sucatas, Tatti partiu para a utilização do latão, aço inoxidável e alumínio em suas obras já durante as aulas com o mestre Mário Cravo Júnior, na Escola de Belas Artes da Universidade Federal da Bahia (Ufba).

A morte do escultor foi lamentada por artistas e autoridades. “A arte de Tatti Moreno espelha a força de um ciclope que tem a colher no olho, e que dá de comer a muitos outros, respeitando o Ajeum. Assim como todos os lugares que tiveram a honra de receber seus cuidados, o nosso Candyall Guetho Square também ganhou seus olhos, suas mãos e sua artisticidade. Um filho da Terra, do dom e do tato. Que vá em paz, e que as rodas mais sagradas o recebam”, escreveu no Twitter, o músico Carlinhos Brown.

O governador da Bahia, Rui Costa, disse que foi com triste que recebeu a notícia. “A Bahia perde um de seus importantes talentos. Ficam a obra e a gratidão por representar e divulgar tão bem o nosso Estado. Meus sentimentos à família e aos amigos”, escreveu o governador, que decretou luto oficial de um dia. O prefeito de Salvador, Bruno Reis disse que: “hoje a Bahia perdeu um dos maiores artistas plásticos da história. As obras de Tatti Moreno estão em vários cantos do mundo e de Salvador. Dos orixás do Dique até a escultura de Jorge e Zélia no Rio Vermelho, conseguimos perceber a essência do trabalho desse grande artista”.

“Tatti Moreno marcou sua passagem por aqui de forma definitiva. De suas mãos, nasceram obras inesquecíveis, que se transformaram em cartões postais de nossa cidade. Tatti criou uma obra única, inimitável, com uma forte relação com nossa ancestralidade africana. Deixa muita saudade do seu jeito brincalhão, alto astral, sempre com uma ideia nova na cabeça. Morre o artista, fica a obra e a obrigação de preservá-la”, ressaltou Fernando Guerreiro, presidente da Fundação Gregório de Mattos.

Livro biográfico retrata a trajetória artística de Tatti Moreno
Livro biográfico retrata a trajetória artística de Tatti Moreno

Os quase 50 anos de carreira artística de um dos maiores escultores baianos está descrita no livro A Arte de Tatti Moreno. A publicação da P55 Edição, tem patrocínio da Braskem e do Governo do Estado, através do Fazcultura e do Bradesco Seguros, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura – Lei Rouanet. A obra será lançada na próxima quinta-feira (dia 18), às 19h30, num coquetel para convidados, na sede da Odebrecht, na Av. Paralela, em Salvador. “Há muitos anos eu já vinha com meu trabalho tentando lançar esse livro. Estou ansioso para vê-lo nas mãos do público. Essa é uma sensação maravilhosa”, confidencia Tatti.

A religiosidade é uma característica marcante na obra do escultor de 72 anos, famoso pela criação dos 12 orixás instalados no Dique do Tororó, em 1998. “Essa obra levou três anos para ser concluída, mas foram 16 anos tentando convencer que algum governante topasse a ideia”. Outra obra que traz muito orgulho para Tatti é o Cristo com braços erguidos para o céu, com 70 toneladas em fibra de vidro e aço e que construiu há cinco anos, em Lima, capital do Peru.

Fruto de um estudo cronológico iniciado há três anos pela esposa do artista Gisele Fraga, A Arte de Tatti Moreno foi escrito por Claudius Portugal e destaca em suas 240 páginas a trajetória do artista plástico baiano, iniciada ainda aos 12 anos de idade. Dos bonecos da infância, feitos de arame, cola e sucatas, Tatti partiu para a utilização do latão, aço inoxidável e alumínio em suas obras já durante as aulas com o mestre Mário Cravo Júnior, na Escola de Belas Artes da Universidade Federal da Bahia (Ufba), em Salvador. Uma foto de Mario Cravo Neto, inclusive, ilustra a capa do livro. Além do texto biográfico sobre Tatti Moreno, a publicação traz algumas reproduções de imagens que retratam diversas fases do processo criativo de suas obras, desde a modelagem em barro, passando pelas formas em gesso até a fase da resina.

Para Helio Tourinho, gerente de Relações Institucionais da Braskem na Bahia, o registro da carreira de Tatti Moreno em um livro, incentiva a perpetuação de sua memória. “A Braskem tem muito orgulho em apoiar essa iniciativa, com o objetivo de imortalizar a produção desse grande artista, deixando-a como legado para futuras gerações”, ressalta o gestor. Além da noite de autógrafos, o público presente ao lançamento poderá conferir uma exposição com peças que foram retratadas no livro e obras recentes criadas pelo escultor, que poderão ser adquiridas no local.

Serviço:

Livro: A Arte de Tatti Moreno

Autor: Claudius Portugal

Editora: P55

Páginas: 240

Preço: R$ 100 

A representação de Nossa Senhora Sant’Ana na visão de 39 artistas baianos
A representação de Nossa Senhora Sant’Ana na visão de 39 artistas baianos

A exposição Sant’Ana – Imagens Seculares e uma História com Novos Olhares traz a interpretação de 39 artistas baianos para a representação de Nossa Senhora Sant’Ana. A mostra, que tem curadoria do arquiteto e artista plástico Luis Humberto Carvalho, está em cartaz no Museu de Arte da Bahia (MAB), no Corredor da Vitória, de terça a sexta-feira, das 14h às 19h, com entrada gratuita.

São telas e esculturas criadas por nomes como, César Romero, Eliana Kertész, Fernando Oberlaender, Guache Marques, Sérgio Rabinovitz, Tatti Moreno, Hilda Salomão, Dom Gregório Paixão, entre outros. As peças expostas estão à venda e o dinheiro arrecadado será usado no restauro do acervo sacro da Igreja do Santíssimo Sacramento e Santana, em Nazaré, que completou 250 anos, em 26 de julho deste ano.

Estão expostas também, peças dos séculos XVIII e XIX, vindas de museus, coleções particulares e igrejas, inclusive, as imagens do altar-mor e do consistório da Igreja de Sant’Ana, além de imagens da antiga Sé da Bahia, do Convento de Santa Clara do Desterro, do Museu de Arte Sacra da Ufba e do Museu Abelardo Rodrigues.

Serviço:

O quê: Exposição Sant’Ana- Imagens Seculares e uma História com Novos Olhares

Onde: Museu de Arte da Bahia (Av. Sete de Setembro, 2340, Corredor da Vitória)

Quando: de terça a sexta-feira (Até 7 de novembro), das 14h às 19h

Quanto: ingresso gratuito

Informações: (71) 3117-6902