Pesquisar por:
Broncas do Rafa – Vítimas do abandono

Por Rafael Veloso*

Estabelecido há pouco mais de dez anos o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), na realidade não vem sendo comprido em sua totalidade no Brasil. Vemos atualmente, nas ruas dos grandes centros urbanos, meninos e meninas abandonados, na prática da mendicância nas sinaleiras. Marginalizados pela sociedade, são privados de seus direitos básicos como: moradia, educação, saúde, cultura, etc., essas crianças são vítimas de agressões morais e físicas.

Frutos, em sua maioria, de famílias desorganizadas socialmente, com pais analfabetos ou semi-analfabetos, ausentes e repressores. É estarrecedor, em pleno século XXI, vermos estampadas nas páginas de jornais e revistas de grande circulação, bem como em telejornais, imagens de crianças e adolescentes em trabalho escravo. Em ambientes desumanos, esses menores têm a sua infância roubada e vêem seus sonhos cada vez mais longe de se tronarem realidade.

Só com a conscientização do verdadeiro papel dos pais de educadores – orientadores, e não de carrascos – opressores, uma política social verdadeira por partes dos governantes e uma maior cobrança da sociedade em relação ao comprimento das leis do Estatuto da Criança e do Adolescente, é que teremos realmente um futuro digno para a nossa nação.

 

*Texto escrito em 14 de dezembro de 2002.

Quando os melhores amigos fizerem greve - Por Rafael Veloso
Quando os melhores amigos fizerem greve

É sempre assim. Quando as pessoas acabam seus relacionamentos, procuram os “melhores amigos” e eles têm a obrigação de estarem à disposição para ouvirem suas lamentações e a célebre promessa de que: “essa será a última vez que sofro por amor!”. Mas, esquecem de que quando estava tudo bem, quando o namoro ia de vento em popa, o seu amigo (a) estava lá, no mesmo lugar. A espera de uma ligação sua, de um convite para passear no shopping, de um bate papo, de um pretexto para se veem e matarem as saudades.

Mas, você só tinha olhos para seu novo amor. Todos os segundos do seu dia ainda era pouco tempo para ser dedicado a quem te deixava cego de amor. Quando estamos com alguém, não sabemos administrar o nosso tempo, arranjando um espaço para encontrar os amigos de vez em quando e acabamos deixando de lado as amizades feitas na infância e passamos a venerar os amigos do casal.

Vejo que atualmente o principal problema entre os casais é o não saber ceder. Ou o ceder demais de uma só das partes. Exemplo disso é quando o namorado chega para a garota e diz que vai ao show daquele grupo de rock’n’roll que ele é fã. Ela odeia este estilo musical, mas só para estar ao lado dele, desiste do espetáculo de balé que estava programando durante toda o mês e para o qual já havia comprado os ingressos – enfrentando uma fila gigantesca.

Será que não é possível se ter momentos agradáveis sem estar ao lado da pessoa que amamos? Será nesse exemplo acima, a garota não se divertiria muito mais indo ao espetáculo que aguardava com tanta ansiedade com uma amiga, enquanto o namorado curtiria o som de seus ídolos com a sua turma?

Porque temos que entrar num ritmo de escravidão e só sairmos com aquela pessoa? A diversidade é maravilhosa. Porque não conversarmos com pessoas diferentes, irmos a lugares novos, ouvirmos músicas novas, fazermos coisas diferentes sempre que possível.

Parece simples. Mas, realmente é simples. Precisamos aprender a dividir para somar no final. É necessário só que aja confiança entre ambas as parte. O equilíbrio se alcança quando a relação se encontra em nível maduro, onde a fidelidade do casal não seja posta a prova. Afinal de contas, os homens não querem namorar nenhuma cópia da “Heloísa” – personagem da atriz Giulia Gam, na novela Mulheres Apaixonadas, de Manoel Carlos.

Outro erro comum aos amantes é em relação ao antigo amor. Não tenho que mudar o meu comportamento em relação às garotas que já namorei, porque minha atual namorada tem ciúmes delas e não acha esse tipo de relacionamento legal. Como vamos apagar uma pessoa que em um determinado tempo foi o que de mais importante aconteceu em nossas vidas?

Afinal, como esquecer um passado – não muito distante -, e simplesmente achar que aquela pessoa que estava com você nos momentos mais difíceis de sua vida não existe mais, pelo simples fato de vocês não estarem mais namorando? Sei que o brasileiro tem memória curta, mas aí já é demais. Querer renegar o passado é ser infantil o suficiente para não aproveitar os erros e tirar uma lição proveitosa disso.

A mesma coisa acontece com os amigos. Tenho um conhecido, que considero meu melhor amigo. Mas, no momento em que mais precisei, não pude contar com ele. Mesmo assim, não posso renegar o valor que teve em minha vida. Em outros momentos, me indicou os melhores cominhos a seguir.

Pergunto-me o que acontecerá quando estivermos arrasados, com aquele problemão e procuramos nossos velhos (e bons) amigos e descobrirmos que eles estão em greve. Exigindo melhores condições de relacionamento, um aumento substancial na porcentagem de atenção, o direto ao vale confiança e ao ticket lamentações. Ai, nesse momento, é que reconheceremos quem tanto nos auxilia a driblar as barreiras que a vida nos impõe.

Broncas do Rafa – Da Série entenda se puder…

Dia 22 de maio, telejornal do meio dia:

O Deputado Federal Antonio Carlos Magalhães Neto (PFL-BA) em pronunciamento na Câmara de Vereadores de Salvador, falando sobre a participação da comunidade em projetos sociais. “(…) teremos que contar com o apoio da sociedade civil organizada e da desorganizada também” (sic).

Sim, teremos um novo carnaval em Salvador? Sim, porque, só nesta festa de rua é que vemos organização e desorganização convivendo “harmoniosamente”. E que tal se o deputado ACM Neto dissesse que vai precisar do apoio de todos. Ah, não, não ficaria suficientemente claro.

Broncas do Rafa – O Jornalismo do futuro

Falar em jornalismo do futuro é sem sombra de dúvidas falar de uma nova geração de jornalistas que estão saindo dos bancos das faculdades e sendo lançados aos leões no mercado de trabalho, mais do que nunca competitivo e que mantém ao passar do tempo, uma certa dose de conservadorismo, apesar dos inúmeros avanços tecnológicos, cada vez mais constantes, principalmente com a invasão dos computadores nas tradicionais redações.

E foi a informatização das redações que acabou criando novas funções. Essa importante ferramenta, revolucionou o jornalismo nos anos 90. Dezenas de profissionais tarimbados das grandes redes de televisão e dos principais jornais de circulação nacional migraram para o jornalismo digital. Figuras conhecidas como Lillian White Fibe e Paulo Henrique Amorim, engrossam a listas dos profissionais que, se não migraram de vez, estão em vias de trocarem seus veículos de comunicação tradicionais pela Internet.

Mas não foi só a forma de comunicação que mudou com informatização, houve uma sensível mudança na linha editorial das grandes empresas jornalísticas. Os jornais se tornaram mais leves, com textos mais claros e objetivos, priorizando o mínimo de palavras para o máximo de compreensão. Lançando mão de ilustrações mais explicativas e a utilização de gráficos. Houve uma redução no tamanho das publicações em alguns centímetros, além da criação de canais de TV brasileiras por assinatura específicos de notícias durante 24 horas por dia, como a Globo News e o Band News.

Mas infelizmente, mesmo com tantos avanços tecnológicos e com a criação dessas novas mídias, as redações cada vez mais vazias, só fazem deixar claro que o espaço para os jornalistas continua pequeno e principalmente para os recém – formados. Esses, normalmente, tratados como escravos. Acredite se puder, tem estudante de Jornalismo, aqui na Bahia, estagiando para ganhar 75% do salário mínimo. Isso sem falar na jornada de trabalho que muitas vezes ultrapassa as cinco horas estabelecidas por lei.

Essa nova geração, onde me incluo, é que tem que mudar essa visão do mercado de trabalho, de que estudante de comunicação não tem que ter um salário no mínimo digno. Devemos exigir melhores condições de trabalho, liberdade de expressão e não sermos apenas instrumentos de políticos e empresários gananciosos que não querem distinguir um profissional de um equipamento tecnológico de sua propriedade.