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Os bastidores do maior caso de crime sexual do Brasil no livro “João de Deus – O abuso da fé”

A jornalista Cristina Fibe acaba de lançar o livro João de Deus – O abuso da fé. Em setembro de 2018 a jornalista deu início a uma apuração que revelaria, três meses depois, os estupros cometidos pelo autoproclamado médium João de Deus. O maior caso de crime sexual do Brasil ainda lhe tomaria três anos de trabalho até a publicação desta obra lançada pela Globo Livros.

Em seu livro de estreia, a jornalista – que fez carreira nas principais redações do país -, desconstrói o mito em torno do garimpeiro goiano, desde a fundação de seu centro espiritual, na década de 1970, até a rede de crimes que o protegeu por quase 50 anos. A obra é um livro-reportagem investigativo, com informações apuradas e checadas em viagens a cidade goiana de Abadiânia, visitas a IMLs, delegacias e tribunais, além de um mergulho em mais de mil páginas de processos criminais.

João de Deus – O abuso da fé conta com centenas de entrevistas, inclusive depoimentos exclusivos de figuras públicas próximas de João, como o ex-governador de Goiás Marconi Perillo e o ministro do Supremo Tribunal Federal Luís Roberto Barroso.

Com a sensibilidade e as ferramentas de quem se especializou na cobertura dos direitos das mulheres, Cristina Fibe dá voz também a algumas das mais de 300 sobreviventes dos abusos, em relatos muitas vezes chocantes, mas necessários para interromper o silêncio que leva à impunidade. O resultado é uma narrativa profunda e corajosa sobre a ascensão e queda de João Teixeira de Faria, permeada por bastidores da revelação de seus crimes pela imprensa, que levou à condenação a mais de 70 anos de prisão.

“Se, por um lado, chorei com a atrocidade sofrida por mulheres que já se encontravam em situação de vulnerabilidade, por outro, comemorei o fim de um silêncio. De mais um. A gente não vai parar de lutar. Nós somos muitas. E temos coragem”, declara a atriz Maria Ribeiro, que assina o prefácio do livro.

Serviço:

O quê: Livro João de Deus – O abuso da fé, de Cristina Fibe

Páginas: 240

Editora: Globo Livros

Preço: R$ 49,90 – e-book: R$ 34,90

Filósofo Luiz Felipe Pondé lança livro sobre a esperança e o desespero
Filósofo Luiz Felipe Pondé lança livro sobre a esperança e o desespero

O filósofo brasileiro Luiz Felipe Pondé lança o livro Notas sobre a esperança e o desespero, em que recorre à filosofia, teologia e literatura para trazer pensamentos sobre esses dois sentimentos opostos. “Não pretendo oferecer um roteiro de como entender o desespero e daí postular alguma forma de esperança. […] Talvez cheguemos, no fim, a contemplar algum tipo de esperança, mas não terá sido uma ideia construída antes da escrita em si. A escrita, aqui, segue atormentada pela possível vitória do desespero. Este é meu convite a você”, escreve Luiz Felipe Pondé em uma das 20 notas nas quais divide seu novo livro.

Ao discorrer sobre os temas nas 104 páginas do livro, Pondé nos lembra de que é um “filósofo, muitas vezes, cético, irônico e niilista”. Entretanto, admite: “Devo confessar, apesar do meu niilismo ser sincero, ele não é pleno. Laivos de esperança me acometem algumas vezes, e, até hoje, não sei de onde vêm. Toda vez que pressinto o bem, suspeito de um milagre. E isso me levou a estudar mística, filosofia da religião e teologia. Fui a essas disciplinas para não me sentir só.”

“O tema do desespero me acompanha desde muito jovem. O da esperança passou a me espantar há pouco tempo. Para mim, a esperança nasce do solo do desespero, da falta absoluta de razão para tê-la. Por isso é uma virtude (como se diz no catolicismo, uma virtude teologal) improvável. Um milagre. Mas a virtude sempre guarda uma relação muito próxima com seu oposto, assim, toda ética é um combate”, conclui Luiz Felipe Pondé, que é doutor em Filosofia pela Universidade de São Paulo (USP) e pós-doutor pela Universidade de Tel Aviv, em Israel.

Notas sobre a esperança e o desespero é uma obra inédita com publicação pela Globo Livros. Luiz Felipe Pondé é diretor do Laboratório de Política, Comportamento e Mídia da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), professor de filosofia na Fundação Armando Alvares Penteado (FAAP), e autor também de diversas outras obras, como A era do ressentimentoCrítica e profecia – a filosofia da religião em Dostoiévski A filosofia da adúltera.

Escritor Laurentino Gomes lança segundo livro da trilogia sobre a escravidão
Escritor Laurentino Gomes lança segundo livro da trilogia sobre a escravidão

O jornalista e escritor Laurentino Gomes acaba de lançar o segundo livro da trilogia sobre a história da escravidão no Brasil. Em Escravidão – Da corrida do ouro em Minas Gerais até a chegada da corte de Dom João ao Brasil, obra editada pela Globo Livros, o autor se debruça sobre o século XVIII, auge do tráfico negreiro no Atlântico. Motivado principalmente pela descoberta das minas de ouro e diamantes em território brasileiro e pela disseminação, em outras regiões da América, do cultivo de cana-de-açúcar, arroz, tabaco, algodão e outras lavouras e atividades de uso intensivo de mão-de-obra africana escravizada. A publicação aborda ainda as importantes rupturas e transformações ocorridas no universo dos brancos neste período de cem anos, como a independência dos Estados Unidos, a Conjuração Mineira, a Revolução Francesa, a Revolução Industrial e o nascimento do abolicionismo na Inglaterra.

“O livro anterior teve seu foco principal na África, pelo simples motivo de que, para estudar a escravidão, é preciso sempre começar pela África. Este volume tem como cenário o Brasil, que se tornaria no século XVIII o maior território escravista do hemisfério ocidental. No espaço de apenas cem anos, mais de dois milhões de homens e mulheres escravizados chegaram aos portos brasileiros. Todas as atividades do Brasil colonial dependiam do sangue e do sofrimento de negros cativos”, ressalta Laurentino. “Entre outros aspectos, procuro descrever a violência e as formas de trabalho no cativeiro, a família escrava, as irmandades e práticas religiosas, o papel das mulheres, as fugas, revoltas e formação de quilombos e outras formas de resistência contra o regime escravista”, explica o autor.

Com mais de 500 páginas e 31 capítulos ilustrados com imagens, mapas e tabelas, o segundo volume de Escravidão segue o estilo do livro anterior, com um texto jornalístico de leitura acessível e que reúne, na forma de ensaios, as observações e conclusões do autor ao longo de mais de seis anos de pesquisas. Nesse período, Laurentino Gomes debruçou-se sobre a vasta bibliografia já existente sobre o assunto e visitou centros de estudos, bibliotecas, museus e lugares históricos. O trabalho de reportagem incluiu viagens por 12 países em três continentes. Para este volume, entre outros locais, o autor esteve em quilombos nos estados da Paraíba, Alagoas, Minas Gerais e São Paulo; antigos engenhos de cana-de-açúcar da região Nordeste; terreiros de candomblé no Recôncavo Baiano; as cidades históricas do ciclo do ouro e diamante em Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso; as fazendas dos barões do café no Vale do Paraíba; e o Cais do Valongo, no Rio de Janeiro, maior entreposto de comércio de escravos no século XIX.

“Tudo que já fomos no passado, o que somos hoje e o que seremos no futuro tem a ver com as nossas raízes africanas e a forma como nos relacionamos com elas. Fomos a maior sociedade escravista do Hemisfério Ocidental por mais de trezentos anos. Quarenta por cento de todos os doze milhões de cativos africanos trazidos para as Américas tiveram como destino o Brasil. Portanto, sem estudar a escravidão seria impossível entender o que somos hoje e também o que pretendemos ser no futuro”, afirma Laurentino Gomes. O escritor é autor dos best sellers 1808, livro sobre a fuga da corte portuguesa de dom João para o Rio de Janeiro; 1822, sobre a Independência do Brasil; e 1889, sobre a Proclamação da República, além de O caminho do peregrino, em coautoria com Osmar Luduvico da Silva.

Formado em Jornalismo pela Universidade Federal do Paraná, com pós-graduação em Administração pela Universidade de São Paulo, Laurentino Gomes é titular da cadeira de número 18 da Academia Paranaense de Letras e por sete vezes foi ganhador do Prêmio Jabuti de Literatura.